O carnaval de 2018 em SP terá a lamentável estreia do “bloco Porão do Dops” impulsionado pelo grupo “Direita São Paulo”, que promete opressão, caça aos comunistas e marchinhas de apologia à tortura, que é crime hediondo.
MaréProfessora designada na rede estadual de MG
segunda-feira 5 de fevereiro de 2018 | Edição do dia
O carnaval de 2018 em SP terá a lamentável estreia do “bloco Porão do Dops” impulsionado pelo grupo “Direita São Paulo”, que promete opressão, caça aos comunistas e marchinhas de apologia à tortura, que é crime hediondo. Mas como o judiciário não se preocupa com as manifestações de ódio mais grotescas contra os trabalhadores, oprimidos e a esquerda, a juíza Daniela Pazzeto Meneghine Conceição negou uma ação pública do Ministério Público, dando carta branca aos saudosistas da ditadura.
Como viemos denunciando no Esquerda Diário, o grupo “Direita São Paulo”, fiel guarda-costas de Bolsonaro, não pretende parar de disseminar seus discursos abomináveis no carnaval. O grupo, que não cansa de passar vergonha, reagiu às nossas denúncias e seguimos denunciando: não passarão!
O “bloco” facista, que tem como abre-alas Ustra e Fleury, torturadores da ditadura militar no Brasil, gerou a mais digna revolta desde o surgimento, mas para o judiciário arbitrário e cheio de privilégios, o mesmo judiciário que com 3 juízes ditou em quem a população pode votar, e agora coloca toda a sua "imparcialidade" a serviço de garantir que essa aberração apareça nas ruas de SP.
Para a referida juíza, “a nomeação do bloco por si só não configura exaltação à época de exceção ou das pessoas lá indicadas que, sequer, foram reconhecidas judicialmente como autores de crimes perpetrados durante o regime ditatorial...” e o grupo não oferece nenhuma ameaça de fazer apologia à tortura (coisa que já vêm fazendo, inclusive com ameaças de perseguição à figuras da esquerda).
Em resposta o Comitê Paulista pela Memória, Verdade e Justiça escreve em nota de repúdio: ”Como pode a juíza Daniela desconhecer a decisão da Primeira Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, que confirmou, por unanimidade, a sentença de primeira instância, que reconheceu o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra como notório torturador? “
Isso é mais uma prova de que não se pode contar com o judiciário para defender os trabalhadores, a juventude e o conjunto dos oprimidos de ameaças e ataques como os que a Direita São Paulo e o Porão do Dops representam. Apenas a organização e auto-defesa em casa local de trabalho e estudo e nas ruas durante o carnaval farão enfrentamento ao reacionarismo que mostra, cada vez mais, sua cara mais asquerosa.