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Devastação climática | Enchentes no RS: número de mortes sobe e mais cidades seguem alagadas devido à negligência capitalista

O nível do Guaíba atingiu mais de 5 metros, batendo o recorde da grande enchente de 1941. Já são 57 mortes e mais de 32 mil famílias desabrigadas em todo o estado, fruto do descaso e negligência dos governos e de todo esse sistema.

segunda-feira 6 de maio | Edição do dia

A situação de calamidade no estado do Rio Grande do Sul segue avançando e devastando cidades inteiras. O número de mortes já chegou a 57 pessoas até a manhã deste sábado (04) conforme boletim da Defesa Civil. Também constam na última atualização o número de 67 pessoas desaparecidas e 74 feridas. Ainda não se tem mais informações das últimas mortes registradas, como o município ou a causa dos óbitos. Segundo reportagem da Zero Hora, muitas pessoas faleceram levadas pela correnteza das águas, soterradas ou por descarga elétrica. Algo extremamente terrível causado pela crise climática e toda a barbárie capitalista.

Cidade de Lajeado com casas submersas

Centenas de cidades seguem afetadas pelas inundações. Muitas cidades como Caxias do Sul, a segunda cidade mais populosa do estado, ficaram totalmente ilhadas com o desmoronamento da última estrada com saída da cidade. Diversas rodovias, como BR-290, próximo ao acesso a Charqueadas, estão interrompidas nos dois sentidos. A CEEE Equatorial desligou a energia elétrica de mais de 115 mil pessoas. E centenas de casas já foram abandonadas.

Em Porto Alegre e na região metropolitana da capital, o nível do lago do Guaíba começou a inundar nesta sexta (03). Na manhã de sábado o nível no Cais Mauá atual já chega a mais de 5 metros (o nível de alerta é 2,50m e o de inundação em 3m). Diversas zonas do centro da capital e zona norte estão totalmente alagadas, com a Prefeitura anunciando evacuação das pessoas que moram e trabalham naquela região. Cidades como Eldorado do Sul, Canoas, Guaíba, também estão parcialmente submersas.

Bairro Mathias Velho em Canoas

O Esquerda Diário recebeu denúncias também que o Hospital de Pronto Socorro de Canoas está com dezenas de pacientes ilhados sem serem resgatados, muito sendo levados pelos enfermeiros para o teto do hospital. Também recebemos denúncia que os detentos da Penitenciária do Rio Jacuí estão sem resgate com o presídio, que fica às margens do rio, ficando cada vez mais submerso.

Penitenciária do Rio Jacuí

Toda essa situação desesperadora que está ocorrendo é devido a negligência total que o estado e seus governos têm com a população e com as mudanças climáticas. A crise ambiental já é uma realidade catastrófica há anos, e o estado do Rio Grande do Sul já vem enfrentando situações como essa desde o ano passado, com enchentes, falta de energia e água, desabrigados e mortes. O governo de Eduardo Leite aprovou o mísero 0,2% do orçamento do estado para prevenir eventos climáticos. Algo totalmente absurdo. A prefeitura de Porto Alegre de Sebastião Melo também vem cometendo negligências como não ter realizado as devidas manutenções no muro do Cais Mauá e suas comportas para evitar as enchentes, mesmo já ter ocorrido uma inundação com menores proporções ainda ano passado. O prefeito ainda fez um abrigo para pessoas desabrigadas nas margens do Guaíba que, obviamente, a água subiu novamente.

A situação ainda é mais grave pois os avisos e alertas das chuvas e seus efeitos que iriam ter no estado já tinham sido feitos e os todos os governos estavam cientes e não fizeram absolutamente nada para evitar isso. Nem mesmo o governo federal do Lula que poderia ter investido e auxiliado na prevenção, removendo as pessoas das zonas de risco antes da chuvas começarem não fizeram. Apenas alertavam para que os moradores deixassem suas casas por conta própria, deixando suas coisas para trás. É um absurdo!

O governo arrecada bilhões em impostos onde a maior parte desse valor vai para bolso de banqueiros, e enxuga todo o resto do orçamento e deixa a pessoas em meio sofrer com todas essas catástrofes que não é natural, e sim, é responsabilidade do capitalismo desenfreado e toda sua devastação ambiental. Os trabalhadores e a população gaúchas não podem pagar por esses crimes capitalistas.

Enquanto mais de 32 mil famílias estão desabrigadas. A cidade de Porto Alegre possui mais de 100 mil imóveis vazios que podem ser revertidos em abrigos para todas essas pessoas. É preciso um plano emergencial frente a toda essa calamidade. É preciso impor a liberação de recursos imediatos para que a população atingida por essa tragédia possa reconstruir suas vidas. Ações de solidariedade e arrecadação de doações tem se espalhado pelo estado e pelo país, o que tem uma importância grande nesse contexto de descaso dos governos. Essas ações precisam ter continuidade em uma pressão social organizada que pautem este plano emergencial.

Nós do Esquerda Diário nos solidarizamos com as vítimas e familiares deste desastre capitalista, seguimos na cobertura e atualizando informações.




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