Publicação em seu perfil no Twitter tenta lavar a cara da sanguinária ditadura militar no Brasil que perseguiu, prendeu, torturou e desapareceu com milhares de brasileiros. No dia do aniversário do golpe militar de 64 governo e militares mostram sua verdadeira cara.
terça-feira 31 de março de 2020 | Edição do dia
O tweet do Vice-Presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), acontece no marco de uma participação política das Forças Armadas muito maior, que hoje arbitram sobre a crise política aberta entre Bolsonaro e os Governadores junto ao Congresso Nacional, apostando no Executivo dentro dessa disputa para seu próprio fortalecimento como o “braço forte” que contém os excessos do Presidente.
Há 56 anos, as FA intervieram na política nacional para enfrentar a desordem, subversão e corrupção que abalavam as instituições e assustavam a população. Com a eleição do General Castello Branco, iniciaram-se as reformas que desenvolveram o Brasil. #31deMarçopertenceàHistória pic.twitter.com/5QnCQ1qHEt
— General Hamilton Mourão (@GeneralMourao) March 31, 2020
Alinhado também com a absurda declaração do Ministério de Estado da Defesa, o governo e seu obscurantismo tentam pintar a ditadura como uma escolha da população para manter a democracia contra os inimigos “utópicos”. Sabemos como a ditadura não teve nada a ver com isso e foi parte de um movimento organizado pelo imperialismo dos EUA para emplacar os governos dos “gorilas” em diversos países da América Latina como Pinochet e muitos outros.
Os feridas da ditadura seguem abertas em nossa sociedade, com um governo que a exalta e reivindica, com os seres mais podres dos porões de tortura famílias ainda buscam saber sobre o paradeiro de seus parentes que constam como “desaparecidos”. A lei de anistia aprovada em 1979 é um pacto de conciliação com esse setor dos militares que garantiu que pudessem viver muito bem após seus crimes e “buscava deixar no passado” em troca de uma Constituição tutelada pelos ditadores.
Cada uma dessas declarações e exaltações devem ser expressamente repudiadas pelo conjunto dos trabalhadores, dos setores oprimidos e da esquerda. Nem Mourão nem os militares oferecerão qualquer saída para os trabalhadores, ao contrário do que sugere a escandalosa política de "Mourão Presidente" levantada pelo PT, PSOL e PCB.
Nós, do Esquerda Diário e do MRT, repudiamos as homenagens grotescas ao golpe de 64 por parte daqueles que não consegue disfarçar seus sonhos de revivê-lo hoje. Não esquecemos e não perdoamos! A impunidade dos torturadores de ontem vive hoje na repressão e no avanço do autoritarismo. Lutamos pela revogação da Lei da Anistia de 1979 e pelo julgamento e punição de todos os responsáveis civis e militares pelos crimes da ditadura! É preciso arrancar do Estado a abertura irrestrita de todos os arquivos e documentos ocultos sobre os crimes da ditadura militar!