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USP | Contra o impeachment e contra os ataques do governo do PT!

terça-feira 29 de março de 2016 | 00:59

O Brasil atravessa uma forte crise política e econômica. Nesse contexto, os trabalhadores e o povo continuam sofrendo ataques do governo e da oposição de direita. Os trabalhadores em todo o país estão debatendo, e no no SINTUSP não é diferente.

É importante que os sindicatos se posicionem e apontem uma saída dos trabalhadores. Os trabalhadores da USP decidiram discutir o assunto em Assembleia Geral dos Funcionários, no dia 31/3. Nesse dia também será um dia de paralização.

Para fomentar o debate, o SINTUSP publicou as contribuições que recebeu. Elas podem ser acessadas aqui.

Segue a contribuição do MRT para a Assembleia:

Contra o Impeachment e contra os ataques do governo do PT!

A situação política no Brasil é complicada, e há perigos para os trabalhadores de todos os lados, que afetam nossas condições de vida, e inclusive nosso trabalho na universidade, por isso nós e nosso sindicato precisamos nos posicionar sobre a crise política, e de forma independente, se não deixamos tudo nas mãos dos nossos inimigos de classe.

Frente à crise econômica, governo de Dilma/PT tem buscado atacar cada vez mais os trabalhadores e o povo. Aumentou a terceirização do trabalho, dificultou o acesso ao seguro desemprego, o PIS, o auxílio doença e outros direitos trabalhistas, cortou do orçamento da educação e da saúde, foi quem propôs a lei antiterrorismo para reprimir, fez um acordo com tucanos pela entrega do pré-sal, está defendendo uma reforma da previdência que é pra acabar de vez com nossa aposentadoria, está avançando nas privatizações e apresentou uma proposta de ajuste no orçamento que leva a demissões e congelamento de salários do funcionalismo e do salário mínimo. A resposta do governo do PT à crise política é aumentar esses ajustes, e esse é o principal objetivo da nomeação de Lula como ministro: ganhar mais base de apoio para esses ataques. Precisamos lutar contra esse governo, e não dar nenhum apoio a ele.

No entanto, não podemos cair na armadilha do impeachment. Esse é um mecanismo reacionário, articulado pela corja do congresso, com Eduardo Cunha à frente, com o PSDB e a oposição de direita, com a FIESP e os patrões, sem nenhum controle popular. Eles não dão a mínima para a corrupção, são mestres nisso. O problema deles é que o governo do PT não consegue aplicar aqueles ataques no ritmo em que eles, e o próprio governo, gostariam. O objetivo deles e atacar de forma ainda mais dura os trabalhadores e o povo. Esse governo não merece continuar, mas os trabalhadores não merecem que ele seja substituído pela oposição de direita, que é o resultado do impeachment.

Um terceiro perigo é cairmos no conto de que a Lava Jato, o judiciário, Moro e a Polícia Federal são uma solução para a corrupção. Essas instituições estão igualmente envolvidas na corrupção, vivem cheios de privilégios, e investigam (ou não) de acordo com interesses políticos. Mais importante, estão cada vez agindo mais por fora da lei, tomando medidas coercitivas sem julgamento, vazando escutas ilegalmente, vetando decisões do executivo sem julgamento. Essas violações das liberdades democráticas já acontecem todos os dias nas favelas, no campo, nas lutas. Mas o fato de que estejam se fortalecendo, agora contra políticos burgueses como Lula, significa que elas vão se virar ainda mais duramente contra os trabalhadores e o povo, e precisamos lutar contra isso.

Por isso, precisamos lutar CONTRA O IMPEACHMENT E CONTRA OS ATAQUES DO GOVERNO DO PT, pela mobilização independente dos trabalhadores. Nos atos de que participarmos, devemos carregar essa bandeira. E propor à Conlutas essa posição, inclusive no ato do dia 1/4. E exigir que as centrais como a CUT rompam sua subordinação ao governo, e organizem um plano de luta, com assembleias de base e paralisações e os métodos dos trabalhadores, contra o impeachment e contra cada um dos ataques do governo, que citamos aqui, em defesa dos nossos direitos, empregos e salários.

Nós, do Movimento Revolucionário de Trabalhadores, defendemos que esse plano de luta precisa avançar para impor uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana através da nossa mobilização, derrubando esse regime podre, com os trabalhadores e o povo tomando a política nas mãos, para investigar de verdade e punir todos os corruptos, pra fazer com que juízes sejam eleitos, seus salários, e de todos os políticos, sejam iguais ao de uma professora, todos possam ser revogados pelos seus eleitores, e pra que nosso dinheiro deixe de ir pros banqueiros da dívida pública, e garantir nossos empregos, salários, saúde, educação, moradia, e todos nossos direitos. Para nós essa luta deve abrir caminha pra um verdadeiro governo da classe trabalhadora.

Assinam: Claudionor Brandão, Marcello Pablito, Bruno Gilga, Diana Assunção (diretores do Sintusp) e demais militantes do Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT).




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