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Fafen | Unidade da Petrobrás fechada no governo Bolsonaro voltará a operar: é preciso lutar pelo retorno de todas as unidades privatizadas!

No final da tarde de ontem, foi tornada pública pela Petrobrás a intenção de reabrir a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), desativada em 2020, em meio ao governo Bolsonaro, o que levou também à demissão de seus trabalhadores. É preciso lutar pela retomada e reativação de todas as fábricas, refinarias, terminais e campos privatizados!

quinta-feira 18 de abril | Edição do dia

Passados quatro anos desde o fechamento, pelo governo Bolsonaro, da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), a Petrobrás anunciou, em comunicado de fato relevante emitido na noite desta quarta-feira, 17/04, a intenção de retomar o funcionamento da planta.

O fechamento da Fafen ocorreu após a derrota da forte greve nacional de 2020, que se enfrentou com Bolsonaro e na qual petroleiros de todo o país paralisaram para defender os empregos de seus companheiros no Paraná. Apesar dessa grande disposição de luta, que se mostrou em um dos primeiros e maiores enfrentamentos da classe trabalhadora, nacionalmente, ao governo privatista de Bolsonaro, na ocasião da greve, a Federação Única dos Petroleiros - FUP, que dirigia os trabalhadores da Fafen através do Sindiquimica-PR, conduziu a luta não para manter uma postura firme em defesa dos empregos, mas para negociar os termos das demissões, aceitando o fechamento daquela que era a única fábrica nacional de fertilizantes do país. Igualmente, agora com a reabertura chamam os trabalhadores a confiarem na negociação da empresa com o Tribunal Superior do Trabalho para sua recontratação.

A Fafen-PR foi fechada como parte dos ataques privatistas contra a Petrobrás levados a frente pelo governo Bolsonaro. Ficou criminosamente fechada durante toda a pandemia, período durante o qual poderia ter sido facilmente reconvertida para, por exemplo, produzir oxigênio, o que teria ajudado a salvar vidas e evitar tragédias como a do Amazonas, fruto do negacionismo do governo e da ganância dos grandes capitalista que negaram aos trabalhadores o mínimo de condição de enfrentamento à pandemia, em nome da manutenção de seus lucros.

As privatizações da Petrobrás na última década começam a aumentar no governo Dilma 2, com ataques importantes como a entrega ao imperialismo do Campo de Lira, em leilão na Barra da Tijuca durante o qual petroleiros e manifestantes foram duramente reprimidos pela Força de Segurança Nacional. A Lava Jato e, posteriormente, o golpe institucional, vieram para realizar ataques ainda maiores que o PT já vinha fazendo, para assim subordinar mais fortemente o país ao imperialismo. Sob o governo golpista de Temer, o entreguismo dá um salto, que continua avançando sob Bolsonaro. É importante notar, no entanto, que a participação estrangeira na produção de petróleo e gás nacionais segue crescendo mesmo sobre o novo governo da Frente Ampla de Lula-Alckmin, ilustrando como essa fórmula de conciliação não pretende se enfrentar com o saque imperialista.

Além do fechamento da Fafen, a Petrobrás viu, nos últimos anos, uma longa lista de ataques. Foram privatizados a refinaria, terminais e oleodutos da Bahia, a refinaria e terminal do Rio Grande do Norte, a refinaria do Amazonas, os ativos do norte capixaba, os campos de produção e terminais de Sergipe e dezenas de plataformas, para citar somente alguns.

É preciso lutar pela retomada de todos esses ativos! Mas, para isso, será necessário se enfrentar com os interesses dos grandes acionistas privados da Petrobrás, coisa que o governo de conciliação de classes de Lula-Alckmin não está disposto a fazer, apostando em tentar agradar os acionistas enquanto faz acenos para os trabalhadores dentro da margem de manobra que “o mercado” lhes permite - como é o caso da Fafen, cuja necessidade é acentuada pela guerra na Ucrânia e subsequente crise no suprimento de fertilizantes importados. Subordinada ao governo, a luta para reverter os fechamentos, demissões e privatizações estará sempre condicionada aos interesses de nossos inimigos, que lucram com a rapina imperialista dos bens naturais comuns do país!

Esse é mais um dos motivos pelos quais a luta dos petroleiros, contra as privatizações, para retomar os ativos já privatizados, em defesa dos empregos, salários e condições de trabalho e contra os ataques deve ser independente do governo, da empresa e de seus representantes! Só com a força da nossa luta, sem nenhum rabo preso com o governo ou o patrão, podemos lutar de forma consequente! É com essa perspectiva que nós, do Movimento Nossa Classe, compomos no Rio de Janeiro a Chapa 1 - Em defesa do Sindipetro: Independência e unidade para lutar!, nas eleições do Sindicato dos Petroleiros RJ, por um sindicato com independência de classe, em defesa dos trabalhadores e sem agentes da patronal!




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