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Crise climática ou capitalismo? | Quase metade das cidades do país decretaram calamidade desde 2022, impacto das mudanças climáticas

Segundo o Sistema Nacional De Proteção e Defesa Civil, 2709 dos 5570 municípios do Brasil passaram por emergências ou calamidade pública devido às chuvas de 2022 até hoje. Foram alagamentos, deslizamentos, enxurradas, inundações e tempestades que vêm aumentando a ocorrência ano após ano. As previsões dos relatórios das mudanças climáticas (IPCC) estão se concretizando, sendo preciso um plano de emergência para evitar catástrofes como a que passa a população do Rio Grande do Sul.

sexta-feira 10 de maio | Edição do dia

Foram registradas, até o momento, 592 mortes decorrentes de eventos climáticos extremos no país desde maio de 2022. O estado com maior número de ocorrências foi Minas Gerais com 571 municípios em emergência ou calamidade decorrente das chuvas, entretanto Tocantins foi proporcionalmente o estado mais afetado com 139 cidades que decretaram essas anormalidades climáticas.

Segundo pesquisadores, a tendência é este ser o “novo normal” e as cidades devem se preparar para estes eventos climáticos quanto antes. Trata-se de uma emergência climática, que gera eventos extremos diferentes em diferentes lugares, muito embora todos estejam ligados aos problemas gerados pelo aquecimento global que acelera estes eventos. Claudio ngelo, coordenador de política internacional do Observatório do Clima, afirmou para o UOL que “tudo o que a gente achava que sabia sobre o comportamento do clima no passado não vale mais”. Exemplo disso é que a última década registrou todos os recordes históricos de ano mais quente. No RS, 15 das 44 estações automáticas do Inmet registraram recordes de chuva em um único dia entre 2023 e 2024.

Infelizmente, o que 2023 e 2024 vêm mostrando é que a gente entrou definitivamente em uma era de consequências (...) A gente viu que o mundo parece ter entrado em um território climático desconhecido. Nenhum dos fatores individuais de alteração do clima, sejam eles naturais ou por conta do aquecimento anormal dos oceanos causado pela mudança do clima, explica inteiramente os recordes que a gente viu de temperatura.” Afirma Claudio ngelo.

Não só a lógica capitalista de mega mineração, uso de combustíveis fósseis, desmatamento e queimadas para criação de gado ou cultivo de monoculturas precisa ser urgentemente revertido com todas as tecnologias que já existem para isso, mas é preciso que todo o conhecimento e tecnologia produzido nas universidades esteja a serviço da humanidade para sobreviver e encontrar um equilíbrio com a natureza e não mais do lucro dos capitalistas.

Nesse sentido, vemos que a política não só de governadores como Eduardo Leite (PSDB) ou prefeitos como Sebastião Melo(MDB) mas também a política do governo de conciliação com a direita e patrões de Lula (PT) é demagógica, pois, ao mesmo tempo que se dizem defensores do meio ambiente, destinam mais de 300 bilhões de reais para o agronegócio, principal responsável pela crise climática no país.

Por isso, somente a classe trabalhadora, de forma independente dos governos e do estado, pode, fortalecendo a auto-organização, a exemplo das equipes populares de resgate, abrigo e alimentação que surgiram espontaneamente no RS, batalhar por toda a transformação que precisamos. É preciso tocar nos interesses e nos lucros intocáveis da classe burguesa para, em última instância, acessarmos todos os recursos necessários para reconstruir as cidades e garantir moradia segura para todos. Porque se depender dos capitalistas, da burguesia e seus políticos estaremos condenados a sofrer cada vez mais com essas catástrofes até que se destrua por completo a possibilidade de vida humana sobre este planeta.




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