Em defesa do direito de greve dos agentes de saúde de SP!

Agente Comunitário de Saúde passa de casa em casa e identifica pessoas com sintomas de doenças - Créditos da foto: Reprodução

O prefeito Ricardo Nunes conseguiu que o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinasse que os agentes de saúde saiam de sua greve, autorizando que em caso de descumprimento da medida houvesse corte de salário. Este é um enorme ataque aos direitos desses servidores mas também a todo o funcionalismo público.

Esses agentes cumprem o papel fundamental atualmente que é o combate a dengue e a outras doenças, em um período em que os problemas estruturais da sociedade que vivemos, como a falta de saneamento básico, e a política dos governos - como a destruição dos servidos públicos e o Arcabouço Fiscal de Haddad que restringe o orçamento destinado a áreas como a saúde, o que se liga a grande pressão feita pelos empresários para que se tenham ajustes - permitem as condições para a proliferação de um número cada vez maior de doenças que acometem a população.

A saúde, assim como a educação, sofre com a precarização e isso levou a que mais da metade da categoria de agentes da saúde, assim como as professoras e professores municipais, estejam protagonizando uma forte greve contra Ricardo Nunes, com os professores em defesa de uma educação de qualidade, contra o sucateamento e por melhores condições de trabalho, pauta que está movimentando a greve dos servidores municipais de conjunto.

É fundamental a unidade entre todos do funcionalismo em defesa do direito de greve dos agentes de saúde, pois se atacam um podem atacar todos, e se vencemos em uma categoria ficamos mais fortes para vencer nas demais. Precisamos nos apoiar nos metroviários, que fizeram fortes mobilizações contra os ataques do bolsonarista Tarcísio, que ataca fortemente os professores estaduais e avança com sua lógica privatista, e na greve dos funcionários das universidades federais que lutam por melhores condições de trabalho.

Os sindicatos de todas as categorias em greve devem colocar de pé um forte Comando de Greve Unificado para lutar junto da população em defesa dos serviços públicos, dos interesses da população e por melhores condições de trabalho. A estratégia parlamentar de confiar nos vereadores da reacionária Câmara de São Paulo, de esperar até as eleições no final do ano para tudo supostamente se resolver, ou de apoiar a conciliação com os setores da direita e mesmo da extrema direita, como faz o governo de frente ampla Lula/Alckmin vai no sentido oposto ao de conseguir as nossas pautas, mas sim atende os interesses dos grandes empresários que buscam nos atacar em nome do lucro, e tais estratégias já se mostraram inúmeras vezes equivocadas.

É fundamental confiarmos somente na força de nós trabalhadores organizados, com o apoio da população, de forma independente dos governos e dos patrões, tomando em nossas mãos os rumos da luta de forma democrática entre todos os trabalhadores, havendo assim uma estratégia que de fato nos leve a vitória. É na construção dessa luta que as entidades e partidos de esquerda, e seus parlamentares como Boulos, deveriam se colocar.