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9 DE JULHO | Crianças desfilam fardadas e armadas com réplicas no 9 de julho em SP

Para comemorar o aniversário do levante das elites paulistas contra o governo Vargas, crianças foram colocadas para desfilar com réplicas de armas em São Paulo.

quarta-feira 10 de julho de 2019 | Edição do dia

Foto: Renato Cerqueira/ Futura Press/ Estadão Conteúdo

Em comemoração à mal chamada “Revolução Constitucionalista”, um conflito armado dirigido pela elite paulistana em 1932, o desfile oficial contou com crianças fardadas portando réplicas de armas.

Na região do Ibirapuera aconteceu o desfile de comemoração aos 87 anos do início de um conflito dirigido pela elite paulistana contra o então governo de Getúlio Vargas, segundo a qual este governo ameaçava seus privilégios. A este processo chamam de “revolução” e dedicam um feriado com direito à adoração de supostos “heróis”.

Esse ano a absurda “cereja do bolo” oferecida pela tradicional família brasileira foi não apenas fardar, mas equipar crianças com réplicas de armas de fogo. A própria existência dessas réplicas é ilegal segundo o Estatuto do Desarmamento.

A Polícia Militar de São Paulo diz ter orientado as famílias das crianças a não permitir que isso acontecesse em próximos desfiles, ao mesmo tempo em que declara que "valoriza as crianças que têm orgulho em vestir a farda de seus verdadeiros heróis" e que "motiva as crianças a desfilarem na homenagem do Nove de Julho como forma de incentivar seu patriotismo e civismo." (!).

Os “verdadeiros heróis” são os mesmos que são parte da instituição responsável pelo assassinato de tantas crianças negras, como Maria Eduarda, dentro da escola, ou Marcus Vinícius, a caminho da escola. Há poucos dias o trabalho infantil foi defendido pelo presidente Jair Bolsonaro, com direito a corrente no Twitter do seu filho Eduardo Bolsonaro, mais uma prova de que a extrema direita e os setores militares pouco se importam com as crianças.
A burguesia e seus capachos, políticos e juízes, escondem da maioria das crianças, de origem pobre e trabalhadora, a sua própria história e deturpam a imagens de verdadeiras revoluções feitas pela sua classe no passado e mesmo grandes processos de luta que aconteceram em solo brasileiro, protagonizado pelo povo negro escravizado em busca de sua emancipação.




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