Reproduzimos aqui a declaração de Carolina Cacau, dirigente do MRT e do coletivo Quilombo Vermelho - Luta Negra Anticapitalista, sobre o 1 ano da chacina do Jacarezinho pela polícia assassina no Rio de Janeiro, e a recente destruição pela mesma policia do memorial feito pelos moradores em homenagem às vítimas.
quinta-feira 12 de maio de 2022 | Edição do dia
"Semana passada, completou 1 ano da Chacina do Jacarezinho, a operação policial mais letal da história do Rio de Janeiro, que executou 27 pessoas. Ontem, vimos as cenas repugnantes dessa mesma polícia racista e assassina destruindo o memorial feito pelos moradores em homenagem às vítimas. Uma afronta de Claúdio Castro, sucessor de Witzel, que comanda essa polícia sanguinária do Rio, ao direito à justiça e à memória.
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Essa afronta tem que ser respondida com luta por justiça por todo país.A esquerda e os sindicatosprecisam organizar a luta dos trabalhadores e estudantes em cada local de trabalho e estudo, juntos aos movimentos sociais. É completamente absurda como a impunidade policial é garantida pelo Estado, pelo judiciário e as instituições desse regime político brasileiro degradado. Não à toa 10 das 13 investigações relacionadas à chacina foram arquivadas.
O Estado dá o aval para essa carnificina da juventude e classe trabalhadora negra. E, isso se aprofundou no governo de extrema-direita de Bolsonaro e Mourão, que Castro ama. Para eles não basta sermos massacrados pela pandemia, pela fome, desemprego, os ataques e reformas. Querem sangue. E, a instituição policial é seu instrumento para isso, e sempre vai ser.
Por isso, temos de questionar o Estado burguês e suas instituições repressivas que estão à serviço de proteger, apenas, a burguesia e seus interesses. Basta de impunidade! Basta de chacinas e operações policiais! Os tribunais militares tem que acabar junto com essa instituição reacionária e assassina.
Eles tentam, mas nunca vão calar nosso grito de justiça! O único meio de lutar por (e garantir) justiça é pela nossa mobilização e organização independente - trabalhadores ao lado dos estudantes e mais oprimidos. Essa é a única unidade capaz de levar uma luta consequente contra a violência policial, o racismo e o capitalismo.
Muito pelo contrário do que faz Lula e o PT com seu projeto de conciliação com o racista Geraldo Alckmin. Não esqueçamos que seu governo orquestrou o massacre no Pinheirinho. Alckmin não é (e nunca foi!) aliado da população negra e periférica do país, não podemos nos adaptar a política de conciliação de classes, como faz o PSOL neste momento, que apoia desde o primeiro turno a candidatura de Lula, e realiza uma federação com o partido burguês financiado pelo Itaú, que é a Rede de Marina Silva.
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Nosso grito por Justiça seguirá ecoando e nele, definitivamente, não há espaço para a direita!"
1 ano da Chacina do Jacarezinho q executou 27 pessoas, 10 das 13 investigações foram arquivadas e a polícia do gov. Castro destruiu o Memorial feito pelos moradores em homenagem as vítimas. O Estado do Rio assassina impunimente e ainda massacrar a memória e a luta por justiça!
— Carolina Cacau (@carolina__cacau) May 11, 2022
Letícia Parks e Flávia Telles, dirigentes do Quilombo Vermelho:
Hoje se completa 1 ano da chacina do Jacarezinho. As cenas bárbaras simbolizam como formou-se o Estado brasileiro: pavoroso da luta negra e da revolução no Haiti, a burguesia se protegeu com cães de guarda especiais, uma polícia racista, assassina e cruel.
Fim da polícia já.— Leticia Parks (@letparks) May 12, 2022
O Estado não só é responsável pela chacina mais letal da história do RJ, como também quer violentamente apagar a nossa memória e com a polícia de Castro destruiu o memorial em homenagem às vítimas do Jacarezinho. Eles tentam, mas nunca vão calar nosso grito de justiça!
— Flávia Telles (@FlaviaTellesED) May 12, 2022