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VIOLÊNCIA POLICIAL | Três anos sem Amarildo

Três anos do desparecimento de Amarildo. Um caso que chocou o país e segue revivendo dia a dia nos morros, favelas e bairros populares. O que foi feito desde então?

quinta-feira 14 de julho de 2016 | Edição do dia

Há exatos três anos, o trabalhador negro Amarildo Dias de Souza, de 43 anos teve sua vida ceifada pela polícia militar do Rio de Janeiro. O pedreiro teve seu corpo brutalmente torturado e posteriormente “desaparecido” pela força policial que era parte da “Operação Paz Armada”, entre os dias 13 e 14 de julho de 2013. O escândalo de seu desparecimento também foi a primeira grande denúncia contra as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

Obviamente, mais uma entre tantas vezes a polícia julga e executa negros com suas próprias mãos e fuzis. Essa instituição, como parte fundamental da estrutura burguesa de sociedade, continua agindo como juiz e carrasco, especialmente contra os trabalhadores e trabalhadoras negros. Nesse sentido, a morte de Amarildo representa toda a brutalidade na qual está submetida classe trabalhadora carioca que habita as favelas do Rio de Janeiro. Diversos outros “sumiços” continuam ocorrendo na Rocinha e demais comunidades por parte da polícia. A polícia é parte integral da reprodução do racismo e da violência.

Questionado por intermináveis manifestações em todo país e pela opinião pública o Estado teve que tomar alguma medida para mostrar-se "chocado" com o fato. A justiça teve que pagar uma custosa indenização à família do pedreiro: cerca de R$3,8 milhões serão desembolsados dos cofres públicos. Além dessa importante conquista, o Estado do Rio de Janeiro também foi obrigado a assumir a responsabilidade por parte da polícia militar no desaparecimento e execução do pedreiro: ao total, 7 policiais foram expulsos da polícia. Uma expulsão midiática que não garantiu, no entanto, punição verdadeira aos torturadores e assassinos.

Somente através da luta de classes e de inúmeros outros protestos é que será possível acabar de uma vez por todas com a violência policial. Indenizações e demissões não aplacam a dor diária de vidas arrancadas pelas polícias. Uma só voz deve ser ouvida a partir de já: queremos o fim da impunidade e julgamento de todos crimes de policias por júris populares e não pela justiça militar que lhes garante impunidade e queremos o fim de todas as polícias! Amarildo jamais será esquecido!




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