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Apartheid Palestino | O Exercíto Israelense assassinou três palestinos no Norte da Cisjordânia

Na manhã da última terça-feira (08/02), na cidade de Nablus, três palestinos foram literalmente fuzilados enquanto estavam em seu carro. As vítimas foram mortas no âmbito de uma operação de inteligência do exército sionista, que os considerava "milicianos" Al Fatah, disparou sem aviso prévio contra o automóvel em que estavam, o deixando cravejado de balas.

quinta-feira 10 de fevereiro de 2022 | Edição do dia

Ao Norte da Cisjordânia (1) ocupada, na cidade de Nablus (Naplusa), uma brigada das Forças de Defesa de Israel (IDF), balearam um automóvel que transitava pelas ruas dessa mesma cidade, três de seus passageiros foram mortos, enquanto que o quarto estaria detido.

Segundo a agência de notícias palestina, Wafa, os palestinos assassinados eram Ashraf Mubaslat, Adham Mabrouka y Mohammad Dakhil. Testemunhas declararam à imprensa que um automóvel civil, de placa de identificação palestina entrou no bairro conhecido como Al Makhfieh, e que ao cruzar com o automóvel em que se encontravam os palestinos, abriu fogo apoiado pelos soldados israelenses.

Uma única operação de inteligência que resultou em três crimes, aos quais Israel justificou, alegando que se tratavam de membros da milícia do Al Fatah (2), o partido político que dirige a Autoridade Nacional Palestina (3), e controla partes da Cisjordânia, atualmente sob comando de Mahmud Abbas.

Assim ficou o veículo onde se encontravam as vítimas, após os disparos dos soldados israelenses.

Em dezembro de 2021, durante um protesto contra os assentamentos ilegais na Cisjordânia, as tropas Israelenses mataram um palestino na aldeia de Beita. As forças israelenses mataram um menor palestino em um posto militar também no norte da Cisjordânia.

Um artigo publicado pela Anistia International no início do mês, declarou que o projeto que Israel leva adiante é um "Apartheid contra os palestinos", o qualificando como um crime. Além disso, acrescenta que Israel trata os palestinos como se fossem "um grupo racial inferior". Algo que é notório ao longo de seus 73 anos de existência (podendo ser observado desde sua criação a partir das instâncias das Nações Unidas e dos Estados Unidos).

A esses assassinatos seletivos, se somam todas os métodos de repressão exercidos pelo exército israelense na Cisjordânia, localizada em meio as colônias e postos de controle sionistas.

Além da repressão e os constantes ataques sofridos pelo povo palestino na Cisjordânia, juntam-se as demolições quase que diárias de residências palestinas, como em Sheik Jarrah, bairro palestino em Jerusalém Oriental (4).

O artigo da Amnesty International também fala de "amplas apreensões e expropriações de terras e propriedades palestinas, homicídios ilegítimos, translados forçados, detenção administrativa, negação da nacionalidade e da cidadania em relação aos palestinos".

É necessária uma ampla mobilização internacional, unindo trabalhadoras, trabalhadores, e setores pobres tanto no campo como na cidade, sobretudo nos países árabes, e que lutem contra seus próprios governos (o destino das populações palestinas não importam para as burguesias da região, ao menos que isso atente contra a dominação e a governabilidade de seus próprios regimes).

Uma unidade e uma mobilização com essas características, que receba apoio das massas populares da Europa e de todas as regiões do mundo, pode abraçar a perspectiva de uma Palestina socialista e dos trabalhadores, do Mediterrâneo até o Rio Jordão. Somente dessa forma forma as populações judias e os palestinos (refugiados, muçulmanos, cristãos, ateus) podem viver de maneira igualitária e em paz


(1) Cisjordânia: Território palestino na fronteira com a Jordânia e o Mar Morto, ocupado por Israel desde 1967, se trata de uma zona parcialmente auto governada, com instituições e organizações locais encarregadas da administração e da segurança da região. Atualmente, o território de encontra dividido entre colônias sionistas e enclaves palestinos, em três zonas, administrativamente organizada em três zonas: A, B e C, sendo que a Autoridade Nacional Palestina tem autoridade parcial somente nas zonas A e B.

(2) Al Fatah: Organização política e militar, fundada em 1959, é a maior facção da Organização para a Libertação da Palestina, de caráter secular e nacionalista. Atualmente, só exerce poder político na Cisjordânia, uma vez que desde o racha e conflito armado com o Hamas em 2006, o Fatah não possuí mais presença na Faixa de Gaza, e a Autoridade Palestina se encontra cindida.

(3) Autoridade Nacional Palestina: Órgão provisório estabelecido após os acordos de 1993-1994 ente Israel e a OLP, que estabeleceram um governo para a Faixa de Gaza e as Zonas A e B da Cisjordânia, atualmente controlado pelo Al. Fatah.

(4) Jerusalém Oriental: Região da antiga cidade de Jerusalém que ficou sob controle da Jordânia após a guerra de 1948, posteriormente ocupada e anexada de fato por Israel entre 1967-1980, embora esse status não seja reconhecido internacionalmente, Israel considera toda a cidade como sua capital, além de controlar a cidade de fato. Em 2021, os eventos em Sheikh Jarrah, Jerusalém Oriental levaram ao conflito em Gaza, atualmente as ações de despejo e desapropriação em Jerusalém Oriental continuam ocorrendo.

OBS: Desde os assassinatos em Nablus, a tensão tem escalado na Faixa de Gaza, uma vez que as Brigadas Al Quds da Jihad Islâmica (um dos grupos armados presentes na Faixa de Gaza), reivindicaram a autoria de alguns ataques contra forças israelenses no norte da Cisjordânia, o que agravou ainda mais as tensões, uma vez que o IDF e a polícia responderam com outras operações de busca. Esses combates ocorrem simultaneamente a um agravamento das tensões nas prisões palestinas, além de uma crise política entre as organizações na Faixa de Gaza (Hamas, Jihad Islâmica e a Frente Popular para a Libertação e a Autoridade Palestina em torno da realização do último Conselho Central Palestino, o qual essas organizações boicotaram.




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