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DITADURA ARGENTINA | Ex-policial acusado de crimes durante ditadura argentina é preso no Brasil

A Polícia Federal capturou em Porto Alegre o ex-policial argentino Roberto Óscar González, procurado pela Interpol e acusado de crimes contra a humanidade durante a última ditadura militar na Argentina, informaram nesta terça-feira fontes oficiais.

quarta-feira 8 de julho de 2015 | 00:00

O ex-policial, de 64 anos, era procurado pelo governo argentino, que oferecia uma recompensa de US$ 60 mil por informações que levassem ao seu paradeiro, e responde a crimes como sequestro, cárcere privado, tortura, ameaça, genocídio, associação a grupo terrorista e roubo qualificado, entre outros.

Os crimes dos quais é acusado foram cometidos entre 1976 e 1997, segundo a nota.

González foi detido na segunda-feira em Viamão, na região metropolitana de Porto Alegre, durante uma operação de inteligência que descobriu que o ex-policial estava foragido junto com outro ex-agente argentino, Pedro Osvaldo Salvia, de 63 anos, acusado dos mesmos crimes e que morreu no dia 17 de junho em um hospital no Brasil.

"Os dois eram procurados no Brasil há mais de dez anos e foram localizados em Viamão, onde viviam", diz comunicado da PF.

O STF já tinha recebido um pedido de extradição da Argentina devido às suspeitas de que o foragido estivesse no país e ordenou sua detenção com fins de extradição.

O corpo do outro policial se encontra no Instituto Médico Legal de Porto Alegre.

González e Salvia foram incluídos em uma lista de 16 agentes repressores acusados de crimes contra a humanidade divulgada em 2009 e pelos quais o governo argentino oferecia recompensas.

Os crimes ocorridos entre 1976 e 1983 durante a última ditadura militar na Argentina foram declarados imprescritíveis pela Justiça do país em 2007. Apesar disso, organizações de Direitos Humanos denunciam que a maior parte dos responsáveis pelos mais de 500 centros clandestinos de detenção continuam soltos; e exigem a saída de César Milani do comando do Exército e sua prisão por seu envolvimento em desaparecimentos políticos durante o regime militar.

Segundo números do Centro de Profesionales por los Derechos Humanos (CeProDh) os desaparecidos políticos durante a ditadura argentina somam mais de 30 mil.

ED/EFE




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