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ESPAÇOS DE CULTURA DE DIADEMA | Entrevista com Tânia Dandara, sobre o fechamento de espaços de cultura de Diadema

sexta-feira 31 de julho de 2015 | 02:47

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ESQUERDA DIÁRIO entrevista com Tânia Dandara, militante do movimento negro de Diadema, sobre os ataques que que o prefeito Lauro Michels (PV) tem feito aos espaços de cultura negra da cidade.

ED: Tânia, você poderia se apresentar para nós? Quando começou a militar, por quais organizações políticas e do movimento negro passou, falar um pouco sobre as suas experiências?

Meu nome é Tânia Maria Pereira da Silva, hoje conhecida na militância negra e política como Tânia Dandara, sou Psicóloga com especialização em Gestão Hospitalar.Comecei a militar no Movimento Negro Raízes da África aos 19 anos após ter sofrido discriminação. Aos vinte anos me filiei ao PT, por entender que era e ainda é o único partido que discute a questão política social.Minhas experiências sempre foram muito positivas no combate a discriminação racial violência de gênero. Militar no movimento negro desde então só me faz ter a certeza que infelizmente ainda vivemos em um país racista, machista e sexista onde ainda somos julgados pela cor da nossa pele e por ser mulher negra e periférica.

ED: O que é o fórum Benedita da Silva? Há quantos anos existe

O Fórum de Promoção da Igualdade Racial de Diadema “Benedita da Silva”, surgiu em 05/11/12, com o objetivo de ampliar a discussão sobre a questão racial na cidade de Diadema e região. O Fórum é composto por representantes de vários movimentos negros organizados de Diadema: a Comunidade Negra do Campanário, Movimento Negro Raízes da África, Agentes de Pastoral Negro, Movimento e Coletivo do Hip Hop, Zulu Nation Brasil, Grupos de Capoeira, Mulheres do Eldorado, Bloco Afoxé Axé Odara, Coletivo DiadeNega, União dos Artistas Negros da Cidade, UESDA-União das Escolas de Samba de Diadema, Casas de Umbanda e Candomblé, Fucabrad – Federação de Umbanda e Cultos Afro Brasileiros de Diadema.

ED: E qual atividade organiza?

Hoje o Fórum é responsável pela organização de várias atividades voltadas para a discussão no combate a toda e qualquer forma de discriminação
• kizomba Festa da Raça
• Curso de História e Cultura Afro Brasileira
• Rodas de Conversas (temas diversos)
• Palestras
• Work Shop
• Formação
• Capacitação

ED: O que tem ocorrido com os espaços de cultura de Diadema? Quais são e qual sua importância?

Desde 2013 com a nova gestão a cidade de Diadema vem vivendo um retrocesso no que tange a questão da Cultura.A nova gestão simplesmente vem desconstruindo tudo que de melhor se tinha na cidade não somente na questão da cultura, mais também nas ações voltadas para política de Gênero, Igualdade Racial, LGBT, Idoso em fim várias ações positivas estão deixadas de serem cumpridas. Como exemplo podemos citar o fechamento do Museu de Arte Popular, subsistência da Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial, a tentativa do fechamento da Casa Beth Lobo entre outros.

ED: Qual a resposta para isso? Por onde a organização dos negros, dos trabalhadores e da população em Diadema, para barrar esses ataques, deve passar?

Os movimentos negros e a sociedade civil vêm se organizando através de passeatas manifestações e audiências publicas impedindo que a atual gestão não acabe de destruir as ações existentes.

ED: Deixe um recado para a comunidade negra.

Ser negra (o) no país onde tentam nos convencer a todo instante que vivemos em uma democracia racial e simplesmente inaceitável. Sabemos que o racismo prolífera no nosso dia a dia, não podemos deixar que questões como a discriminação e preconceito fique irrigada na cabeça das pessoas, achando que é “normal”.

Não podemos aceitar mulheres negras sendo violadas nos seus direitos, não podemos aceitar a juventude negra ser exterminada pelas “autoridades”, não podemos aceitar nossa crianças negras serem tratadas como se nada fossem... CHEGA... A nossa luta será permanente e inacabável no combate a toda e qualquer forma de discriminação nesse país.

“O racismo não implica apenas a exclusão de uma raça por outra - ele sempre pressupõe que a exclusão se faz para fins de dominação.” STEVE BIKO




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