Dando continuidade ao legado bolsonarista, o governo Lula-Alckmin já autorizou, em somente seis meses desse ano, 231 agrotóxicos, mantendo o mesmo ritmo que Bolsonaro. Dentre as liberações, tem composições consideradas altamente tóxicas para a saúde humana e altamente perigosas para o meio ambiente.
quinta-feira 10 de agosto de 2023 | Edição do dia
Contrariando a expectativa de alguns setores de que Lula revogaria o decreto editado por Bolsonaro que acelera o tempo de aprovação dos venenos para a saúde e meio ambiente, mas altamente rentáveis para o agronegócio, ele tem sido utilizado para garantir apoio.
Os principais agrotóxicos aprovados até o momento são os “genéricos” que tem a visível função econômica de aumentar a concorrência de um mesmo produto, diminuindo o custo e garantindo maior lucro. Isso se dá às custas da poluição de rios, do ar, desmatamento da natureza e destruição de comunidades indígenas e de pequenos produtores que vivem no entorno.
Isso demonstra como Lula tem governado para satisfazer os interesses do agronegócio e da bancada ruralista em busca de angariar o apoio político desse setor que expulsa, violenta e mata sem terras, trabalhadores rurais, indígenas e ambientalistas.
Enquanto isso, demagogicamente, Lula esteve essa semana na Cúpula da Amazônia, discursando em defesa das florestas e pelo desmatamento zero. Nesse encontro que reuniu 8 países que concentram floresta em seus territórios, Lula reconheceu, mais uma vez, a golpista Dina Boluarte do Peru, que reprimiu duramente povos originários em luta no início do ano, inclusive com apoio do governo Lula-Alckmin que manteve a venda de armas. Por fora do falso discurso preocupado com a crise climática de Lula, vemos, na prática, a responsabilidade que ele tem ao se aliar com quem desmata a natureza, reprime e mata populações originárias, além de autorizar venenos para garantir o lucro dos latifundiários.
Ao mesmo tempo que o governo fortalece o agronegócio, os extermínios provocados por latifundiários contra indígenas e trabalhadores rurais seguem abertos, sendo inclusive foco de protestos organizados por povos indígenas nessa Cúpula, demonstrando a serviço de quem está o governo de frente ampla e de que ele fortalece a direita.
