Considerado foragido após viajar para Nova York dias antes de seu mandado de prisão ser expedido, o empresário acusado de corrupção foi preso ao desembarcar no Rio de Janeiro nesta segunda (30).
segunda-feira 30 de janeiro de 2017 | Edição do dia
Atualizado às 12h15
Ao embarcar ontem (29) em Nova York, o empresário declarou estar voltando para "passar as coisas a limpo" e "responder à Justiça, como é meu dever". Preferiu não dar maiores detalhes sobre como será sua defesa: "Como eu estou nessa fase, me entregando à Justiça, melhor não falar nada. Depois a Justiça e o que for permitido falar, vai acontecer depois, agora não dá".
Há rumores que o empresário será levado direto para um presídio comum, por não ter ensino superior. Como denunciamos aqui, a própria prisão de Eike já mostrou uma séria de favorecimentos ao poderoso, como o incomum cumprimento tardio de seu mandado que só aconteceu 10 dias depois de ser expedido, dando claro tempo de fuga.
No entanto, o empresário foi algemado ainda dentro do avião e levado pela Polícia Federal para o presídio Ary Franco, na Zona Norte do RJ. Assim como acontece em todos os presídios do país, este se encontra com mais de o dobro de sua lotação máxima. O advogado de Eike, Fernando Martins, afirmou que as medidas judiciais tomadas até agora "são no sentido de preservar sua integridade" e não quis acresentar mais detalhes.
Eike é acusado de corrupção ativa pelo Ministério Público Federal, acusado de pagar cerca de 52 milhões de reais a Sérgio Cabral para que o político privilegiasse sua empresa em acordos comerciais, prática bastante recorrente não só na política brasileira, como mostrou o recente caso da Odebrecht, mas também internacionalmente.
As investigações contra Eike Batista foram realizadas pela Operação Eficiência, conduzida pela Lava Jato. Em sua quinta fase, a operação golpista e sua famosa seletividade avança para escancara novos casos de corrupção, enquanto muitos outros seguem sem julgamento e punição.
