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Acampamentos por Gaza | Uma juventude de esquerda e internacionalista que se levanta com a Palestina

Nos Estados Unidos, França, Estado Espanhol, Alemanha, México e Brasil, companheires que são parte das organizações que impulsionam a Rede Internacional La Izquierda Diario impulsionam e participam ativamente dos acampamentos em solidariedade a Gaza que se estendem ao redor do mundo.

sexta-feira 10 de maio | Edição do dia

O genocídio levado adiante pelo Estado de Israel contra o povo palestino, apoiado pelas principais potências imperialistas e com a cumplicidade de empresas de tecnologia e armamento, despertou um movimento internacional de repúdio que tem sua máxima expressão nos acampamentos de solidariedade com Gaza instaurados em centenas de universidades ao redor do mundo.

Os estudantes e a juventude, em muitos casos junto a trabalhadores docentes e não-docentes das universidades, se levantaram como uma força social esmagadora que está colocando em apuros o governo de Netanyahu e prejudicando a legitimidade com a qual o Estado sionista desenrola suas matanças, mas também de governos como o de Biden, Macron e todos os aliados de Israel em diferentes países.

As principais demandas são a exigência de um cessar fogo imediato, o fim da ocupação e do genocídio, a ruptura dos acordos e relações das universidades com instituições e empresas israelenses, assim como com aquelas empresas que financiam o massacre. O movimento denuncia também a cumplicidade dos governos com o genocídio palestino e exige o fim do comércio de armas com o Estado de Israel.

Dos Estados Unidos até a Alemanha, da França até o México, do Estado Espanhol até o Brasil, nossas companheiras, companheiros e companheires que impulsionam ao redor do mundo a rede internacional La Izquierda Diario são parte ativa desses acampamentos, sendo em muitos casos referências das ocupações e também sofrendo a repressão, perseguição e prisões, como é o caso dos camaradas da agrupação Le Poing Levé (O Punho Erguido) na França ou do Left Voice nos Estados Unidos.

Nos Estados Unidos, onde começou o atual movimento, nossos companheiros do Left Voice participaram ativamente dos acampamentos na Universidade de Columbia e na Universidade da Cidade de Nova Iorque (CUNY). Ambos acampamentos foram atacados, reprimidos e desmantelados pela polícia, o que impulsionou que se instalassem dezenas de protestos similares nos principais campi de todo o país. Cada repressão, que já somam mais de 2500 detidos em todo os Estados Unidos, não faz mais do que ampliar o movimento em solidariedade à Palestina, contra o financiamento e apoio do governo estadounidense.

A França foi um dos primeiros lugares para onde se estendeu o movimento surgido nos Estados Unidos. Nossos companheiros do Le Poing Levé participam desde o começo em ações, protestos e ocupações, similares aos acampamentos na prestigiosa universidade Sorbonne, epicentro político durante o Maio Francês de 1968, e na universidade de Ciências Políticas (Sciences Po), onde enfrentaram uma brutal repressão policial e detenções massivas, como se viu na noite de terça-feira, quando a polícia irrompeu no anfiteatro ocupado da Sorbonne detendo 88 estudantes. Uma importante mobilização no dia seguinte conquistou sua liberação e alguns dos nossos companheiros falaram após serem liberados.

Frente à repressão que se vive na França, nossos companheiros apareceram em diferentes meios de comunicação denunciando as perseguições. No vídeo abaixo podemos ver Ariane Annemoyanis, portavoz nacional da Le Poing Levé e estudante da Sorbonne, onde o ataque da polícia foi brutal, denunciar o massacre em curso em Gaza e a repressão da juventude em um importante programa de tv: “Cada vez que a juventude sai às ruas para lugar, mandam a polícia e nos reprimem”.

Nossos companheiros de Le Poing Levé participam desde o começo nas ações, protestos e ocupações, e iniciaram mobilizações em várias universidades do país (Burdeaux, Toulouse, Rennes ou Marselha). Na universidade de Mirail foram os impulsionadores da primeira concentração em solidariedade com a Palestina em Toulouse, onde a polícia impedia qualquer manifestação na cidade. Após essa manifestação, nossa companheira Alberta Nur foi assediada e ameaçada de morte pela extrema direita sionista.

Outro lugar para onde se estendeu o movimento foi o Estado Espanhol. Os acampamentos que começaram na Universidade de Valência se multiplicaram com força na Universidade de Barcelona e na Universidade Complutense de Madrid. Lá, nosses companheires da Contracorriente, como Lucía Nistal (docente da Universidade Complutense) ou Pablo Castilla (referência do acampamento da Universidade de Barcelona), são parte do movimento nas universidades e também em apoio à luta dos professores.

Também se estabeleceram acampamentos na Alemanha. Nesta última terça-feira pela manhã se instaurou um acampamento em solidariedade à Palestina na Universidade Livre de Berlin. As autoridades chamaram imediatamente a polícia. Esses protestos se estenderam às universidades de Berlin, Colônia, Bonn, Bremen e outras cidades. Ali, nosses companheires da Waffen der Kritik (Armas da Crítica) participaram dos acampamentos como o da Universidade Livre, que foi brutalmente reprimido e desocupado pela polícia enquanto ocorriam debates de forma democrática sobre como construir assembleias junto aos trabalhadores docentes e não-docentes para denunciar tanto o genocídio de Israel em Gaza, como o apoio do governo alemão.

Na Itália, o movimento de estudantes, com importantes apoios de trabalhadores da universidade, já deu os primeiros passos para se desvincular das fundações “culturais” vinculadas à empresa de fabricação de armas Leonardo, parcialmente controlada pelo Estado e profundamente vinculada à indústria militar israelense. Em Bolonha e Roma, as campanhas rumo à data simbólica do dia 15 de maio já começaram na última terça-feira, lançamento acampamentos nos bairros universitários Nossos companheiros da FIR estão intervindo em Bolonha, Florencia, Roma, Nápoles e Salermo, defendendo a necessidade de unidade com setores de trabalhadores e a ampliação do movimento através de assembleias de debates democráticos nos locais de estudo e de trabalho. Também debatem com expoentes do movimento e da juventude de esquerda palestina sobre a alternativa anticapitalista frente ao colapso dos Acordos de Oslo e a “hipótese sulafricana” de resolução do conflito.

No México, es estudantes da Universidade Nacional Autônoma do México também iniciaram um acampamento em solidariedade a Gaza, enquanto na Universidade de Ciências, votaram por maioria uma paralisação entre mais de 4000 pessoas. Ali também nosses companheires da Agrupação Juvenil Anticapitalista e trabalhadores da agrupação Nossa Classe são parte das ações. Nesta última semana também se instalou um acampamento na Universidade de Guadalajara.

Nessa semana, o Brasil também se juntou ao movimento com um acampamento de solidariedade à Gaza na Universidade de São Paulo (USP). O acampamento começou na quarta-feira, organizado pelo Comitê de Estudantes em Solidariedade com o Povo Palestino da USP, ao lado de trabalhadores do Sindicato de Trabalhadores da USP (Sintusp) e com o apoio de dezenas de organizações dentro e fora da universidade. Nossa agrupação Juventude Faísca Revolucionária e nossos companheiros trabalhadores da USP vem atuando para expandir o exemplo à outras universidades brasileiras e pela ruptura dos convênios com universidades israelenses como a de Haifa.

No Rio de Janeiro, a Faísca Revolucionária impulsionou o festival Palestina Livre do Rio ao Mar na UERJ, junto a dezenas de artistas e às mães e familiares que lutam contra a violência do Estado, concentrando mais de 500 participantes ao final de março.

No Chile, nossos companheiros da agrupação Vencer são parte do Comitê pela Palestina da Universidade do Chile e são parte do movimento internacional contra o genocídio. Na quinta-feira, estudantes e professores realizaram uma manifestação interna ao campus e um acampamento no Campus Juan Gomez Millas. Exigem que a universidade rompa toda relação acadêmica com instituições de Israel e exigem do governo de Gabriel Boric a ruptura imediata das relações econômicas, militares e diplomáticas com o Estado de Israel. Por uma universidade livre do apartheid!

Na Argentina, a juventude do PTS participou do ato de 1 de Maio com um importante bloco. Ao lado dos deputados nacionais da Frente de Esquerda Myriam Bregman e Christian Castillo, nosso companheiro universitário Luca Bonfante denunciou a situação em Gaza e o genocídio do Estado de Israel em um país onde o presidente Javier Milei se converteu no principal apoiador do sionismo na região.

Na Venezuela, nossa companheira Suhey Ochoa do Pan y Rosas e da LTS também denunciou o genocídio em Gaza no Dia Internacional dos Trabalhadores.

Na Costa Rica, desde a noite do 1º de maio se levantou um acampamento por Gaza na popular Escola de Estudos Gerais da Universidade da Costa Rica. Neste espaço são realizadas atividades culturais e artísticas, e exigem a ruptura das relações com o Estado sionista pelo Estado da Costa Rica, coletando assinaturas por essa defesa. Nossos companheiros da OSR, impulsionadores do La Izquierda Diario Costa Rica, se solidarizaram com o acampamento e convocam todo o movimento estudantil a fazer acampamentos nas universidades de todo o país.

Na Bolívia, nossos companheiros da juventude da LOR-CI, Combate Vermelho, junto a companheiros independentes vem impulsionando ações na Universidade Mayor de San Andrés (UMSA), preparando uma assembleia geral pela Palestina e a adoção de medidas que reforcem a luta contra o genocídio. Nos últimos dias, esta campanha se fortaleceu pela incorporação da Faculdade de Ciências Sociais.

Na última quarta-feira foi realizada uma reunião virtual entre estudantes e professores universitário de todo o mundo pela Palestina. A reunião decidiu impulsionar no próximo 15 de maio ações em todas as universidades. Na reunião participaram companheiras e companheiros de nossas agrupações de juventude do PTS da Argentina, Le Poing Levé da França e Left Voice dos Estados Unidos.

Em todo mundo uma nova geração de jovens se levanta recusando-se a presenciar um genocídio calados, essa luta antirracista e anticolonial tem um grande potencial para se enfrentar com os pilares do imperialismo e atacar pela raiz esse sistema capitalista que só reserva miséria e destruição para a ampla maioria da população enquanto milhões precisam lidar com as consequências das guerras, da fome, da pobreza e da crise climática. Como parte das juventudes impulsionadas pelas organizações da Fração Trotskista, atuamos nesse processo de luta desde a perspectiva do marxismo revolucionário como um guia para ação, por isso, também defendendos a necessidade de uma Palestina operária e socialista, onde possam conviver em paz árabes e judeus. Atuamos em cada um dos combates atuais, e nos que estão por vir, defendendo as ideias do marxismo revolucionário, representadas na atualidade pela defesa do trotskismo, possam se fundir com as novas gerações de estudantes e trabalhadores, e que a partir de uma estratégia de unir os distintos movimentos com a classe trabalhadora , aquela que tudo produz e que move o mundo, possamos levar a frente a batalha por revolução operária e socialista internacional, a única alternativa capaz de acionar o freio de emergência diante da barbárie capitalista. Chamamos es estudantes e trabalhadores a conhecer nossas ideias e se somar conosco nessa perspectiva.




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