×

Entrevista | Sobre a ida do Sindicato dos Metroviários de São Paulo ao Ministério do Trabalho em Brasília: discussões sobre os caminhos da nossa luta

O Esquerda Diário conversou com Fernanda Peluci, diretora do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e militante do Movimento Nossa Classe, sobre a importante luta dos metroviários contra as demissões e as privatizações do governador Tarcísio de Freitas.

quinta-feira 9 de novembro de 2023 | Edição do dia

O governador bolsonarista Tarcísio de Freitas declarou guerra contra os serviços públicos em São Paulo com um plano privatizador começando pelo Metrô, CPTM e Sabesp. Mas para implementar seu plano está tendo que enfrentar a forte resistência dos trabalhadores destas categorias, com os metroviários na vanguarda, e por isso também lançou mão de um forte ataque com a demissão de 8 metroviários incluindo o vice-presidente do Sindicato.

Na última semana o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, junto com os sindicatos da Sabesp e da CPTM, foram até Brasília, segundo postagem do Sindicato dos Metroviários: “Ontem, nosso sindicato foi a Brasília com os sindicatos da Sabesp e da CPTM, os organizadores da poderosa greve do dia 3/10. Fomos recebidos pelo Ministro do Trabalho Luiz Marinho e fomos cobrar apoio para a luta contra as privatizações e pedir intermediação e interlocução para a luta contra as demissões do Metrô e as condutas antissindicais”. Em suas redes pessoais, a presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa, publicou vídeo da ida à Brasília onde Faggian, do Sindicato da Sabesp filiado a CTB, diz: “Viemos pedir ao Ministro e ao governo federal que entrem na luta para derrotar o projeto privatista de Tarcísio”.

Sobre a ida do Sindicato dos Metroviários à Brasília, a também diretora do Sindicato, Fernanda Peluci, declarou em suas redes sociais: “Estamos na luta unitária contra as demissões e privatizações de Tarcísio. Para isso, nós apostamos na força dos trabalhadores organizados pela base e unificados com outras categorias para derrotar esse projeto, enquanto batalhamos pela mais ampla campanha democrática contra as demissões. Portanto é muito importante toda iniciativa que dê visibilidade a essa luta e todos que democraticamente se posicionem contra as demissões”.

Mas quanto ao conteúdo do que os representantes debateram com o Ministro, Fernanda foi crítica: “Todos os apoios à luta contra as demissões são bem vindos. Mas nem todos são aliados na luta contra as privatizações. Se o Ministro do Trabalho do governo Lula-Alckmin quer se posicionar contra as demissões no Metrô é um posicionamento democrático contra uma medida arbitrária do governo Tarcísio de Freitas e esse posicionamento é bem vindo na campanha contra as demissões. Isso nada tem a ver com um posicionamento no que diz respeito às privatizações. O Ministro faz parte de um governo que colocou o partido de Tarcísio, o Republicanos, em um Ministério e na sua própria base na Câmara e além disso de um governo que já privatizou o Metrô de Belo Horizonte, mantém os Metrôs de Porto Alegre e Recife no Plano de Desestatização e aprovou o Arcabouço Fiscal que favorece as privatizações. Como pode ser um aliado na luta contra as privatizações? Nós não podemos enganar os trabalhadores. É preciso deixar claro que a conciliação com os empresários entregando os serviços públicos é o que abre espaço e fortalece a extrema direita de Tarcísio, por isso o Ministro do Trabalho não é um aliado nesta luta”.

Fernanda também completou: “Levar nossas demandas em Brasília para dar visibilidade a elas como parte de uma luta organizada na base é uma medida correta desde que com um conteúdo que não semeie ilusões neste governo. Sabemos que existem correntes dentro da Diretoria do Sindicato que este ano decidiram se colocar como base de apoio do governo. Mas a nossa chapa eleita para a Diretoria foi eleita sob os critérios da independência de classe com um programa que indicava a independência do Sindicato diante de qualquer governo eleito. Esta independência deve ser preservada e para ser coerentes com a independência de classes não devemos levantar a bandeira de luta contra a privatização do lado daqueles que fazem demagogia mas também privatizam. Chamamos a mais ampla unidade na defesa dos demitidos, fazendo a mais ampla campanha democráticas com todos os apoios possíveis, propomos potencializar todas as medidas que possam dar visibilidade a batalha dos metroviários e fortalecer a categoria com as discussões sobre os rumos da nossa luta dia 28 de novembro que apontem no caminho de preservar a independência política dos trabalhadores para enfrentar a extrema-direita de Tarcísio e seu plano privatizador sem aceitar a estratégia da frente ampla do governo federal que com sua conciliação abre espaço para a extrema-direita”.

Veja também: Nova greve unificada do Metrô, CPTM e Sabesp, agora com professores, é indicada para 28/11 contra as privatizações e demissões de Tarcísio




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias