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Educação RS | Que a direção do CPERS mobilize para os atos de solidariedade ao povo palestino

Chama a atenção a ausência de bandeiras do CPERS nos atos em solidariedade ao povo palestino. Nas salas de aula os alunos querem saber o que está acontecendo e nós professores, em especial da área de humanas, explicamos, inclusive para colegas de trabalho que nos buscam, que este conflito não começou dia 7/10, é parte de uma história de colonização imperialista da Palestina com claros interesses geopolíticos e militares e que a imprensa dominante financiada pelo imperialismo norte-americano e europeu omite isso.

sábado 11 de novembro de 2023 | Edição do dia

Passa de um mês os bombardeios covardes do Estado de Israel contra a população palestina na Faixa de Gaza sob o pretexto de retaliação aos ataques do dia 7 de outubro. O mundo assiste horrorizado o assassinato de inocentes, crianças, idosos, famílias trabalhadoras, um verdadeiro terrorismo imperialista com o financiamento e o apoio principalmente dos EUA que fornece mísseis e equipamentos militares. Longe de uma ofensiva contra o Hamas, trata-se de uma política de castigo coletivo contra o povo palestino, que já sofre mais de 75 anos de invasão colonial e apartheid pelo Estado israelense. É preciso manifestar-se nas ruas contra o assassinato de civis inocentes, organizando nossos sindicatos e movimentos estudantis e sociais, de forma independente do governo Lula/Alckmin, para impor o rompimento das relações diplomáticas, econômicas e militares do Brasil com Israel. É de suma importância que o CPERS sindicato, um dos maiores sindicatos da América Latina mobilize o conjunto da categoria e comunidades escolares para os atos de solidariedade que vem tomando as ruas.

Conforme os horrores do massacre contra o povo palestino chega pelas redes, repletos de crimes de guerra, como bombardeio a hospitais e escolas, uso de fósforo branco, arma química proibida em convenção internacional, e principalmente imagens de crianças mutiladas e em estado de choque por conta dos bombardeiros, começaram intensas manifestações, com centenas de milhares de pessoas nas ruas, no coração do imperialismo europeu, nos EUA e em todo o mundo contra os ataques do Estado assassino de Israel em Gaza.

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Aqui no Brasil ocorreram já algumas manifestações, desde que começaram os bombardeios, em diversas capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre, entre outras. Pelo mundo, trabalhadores portuários belgas, italianos e espanhóis impediram o carregamento de armas à Israel, trabalhadores mineradores na Colômbia impediram o envio de carvão e dentro dos EUA na indústria metalúrgica também já impediram o envio de armas. Isso mostra que o papel dos sindicatos pode ir muito além de lutas sindicais ou moções de apoio, e como somente a classe trabalhadora auto-organizada pode batalhar pela paz, com os métodos da luta de classes.

O governo Lula/Alckmin, assim como demonstrou que não irá revogar as reformas que avançaram após o golpe institucional de 2016, que tirou Dilma para avançar com mais velocidade nos ataques que o PT já vinha fazendo, não tem a intenção de romper com as relações diplomáticas e comerciais com Israel, apesar de toda a demagogia e de Lula ter atravessado o último período como presidente temporário do Conselho de Segurança da ONU. Será preciso impor essa ruptura por meio da mobilização de trabalhadores e da juventude nas ruas. A frente ampla que se ergueu com o objetivo de derrotar Bolsonaro e a extrema direita nas eleições, se converteu em governo de conciliação de classes, que abre cada vez mais espaço para a extrema direita exaltadora de Israel, oferecendo ministérios e negociando cargos.

A direção do CPERS sindicato composta por membros do PT, PCdoB e PDT, vive deste jogo político e estratégico reformista e conciliador que mobiliza e desmobiliza a categoria de acordo com seus interesses e não de acordo com os interesses da mesma. Esse atrelamento ao governo Lula/alckmin e ao institucionalismo explica em parte a ausência do CPERS nos atos de solidariedade ao povo palestino. Embora tenha passado no último conselho geral do CPERS a exigência de rompimento das relações do Brasil com Israel, é preciso exigir da direção do CPERS que se posicione de forma independente do governo Lula/Alckmin e mobilize uma luta real, inclusive para poder avançar contra Eduardo Leite, que massacrou nossa categoria retirando diversos direitos e colocando em marcha o seu projeto neoliberal de privatização da educação pública em médio e longo prazo. Esta exigência, de que a direção do CPERS construa e mobilize para os atos em defesa e solidariedade ao povo palestino, não será eficaz sem a auto-organização da base dos professores e funcionários de escola em cada local de trabalho, será preciso impor isso à direção do CPERS com nossa organização pela base.

A luta regional não pode estar desconectada da luta nacional e internacional, o que acontece na educação do RS, de retirada de direitos, divisão da categoria entre contratados e nomeados, implementação do NEM, avanço de instituições privadas em projetos na educação pública, é parte de um projeto nacional que avança também em outros estados como MG e SP e até estados governados pelo PT como na Bahia. Manifestar-se contra o massacre de Israel na Palestina em solidariedade às escolas bombardeadas e às crianças assassinadas pelas bombas norte-americanas é parte de entendermos que estamos todos na mesma luta de classes contra o imperialismo e o capitalismo, que precariza o nosso trabalho e a educação com a reforma do Ensino Médio como projeto de sociedade, para um futuro de superexploração do trabalho para nossa juventude.

Somente a unidade internacional da nossa classe pode barrar as guerras e batalhar pelos nossos interesses de classe, porque a guerra só interessa às classes dominantes. Contra o massacre de Israel na Palestina, contra o imperialismo e o neoliberalismo, que o CPERS Sindicato construa e mobilize com todos os seus recursos para a luta em solidariedade ao povo palestino a exemplo dos trabalhadores que impedem o envio de armas à Israel. Como educadores devemos combater a narrativa criminosa da mídia dominante e alertar nossas comunidades sobre os abusos e crimes do Estado de Israel, apoiado pela extrema-direita de Bolsonaro, bem como o projeto de desmonte da educação pública.




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