Diana AssunçãoSão Paulo | @dianaassuncaoED
terça-feira 13 de setembro de 2016 | Edição do dia
Por 450 votos a favor, 10 contra e 9 abstenções, o plenário da Câmara dos Deputados acaba de cassar o mandato de Eduardo Cunha, que dirigiu a casa durante o processo do golpe institucional que colocou seu colega do PMDB, Michel Temer, no governo.
Cunha foi parte da direita com quem o PT se aliou em nome de sua "governabilidade". Foi entusiasta de projetos de lei machistas e reacionários como o Estatuto do Nascituro. É um corrupto notório com contas na Suíça e milhões obtidos com negociatas no Congresso. Foi um dos arquitetos do golpe que veio para atacar ainda mais os trabalhadores, juventude, negros e LGBTs. Ele é há anos alvo de protestos por seu direitismo, ataques aos trabalhadores e depois pelo golpe institucional.
Tentando se defender Cunha apelou aos defensores do impeachment e aos mais de 160 deputados com processos no STF. Centenas de Cunhas cassaram Cunha.
Agora, a cassação de seu mandato está a serviço de tentar conseguir um pouco de credibilidade para um parlamento que mostrou a todos a sua cara ao aplicar um golpe e passar por cima do voto de dezenas de milhões para poder aprofundar os ataques que o PT já havia começado na época em que tinha Cunha e Renan Calheiros como seus aliados. Cunha representa o pior desses políticos patronais, mas se ele cai, dezenas de outros canalhas ficam em seu lugar. Só lutando para acabar com todos os privilégios desses políticos milionários é que poderemos atender nossas demandas. Lutemos por uma Assembleia Constituinte imposta por nossa mobilização. Lutemos por um governo dos trabalhadores de ruptura com o capitalismo, contra esses políticos patronais corruptos.
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