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Encontro Pão e Rosas | Mais de 600 participantes em todo o Brasil no Encontro comunista do Pão e Rosas

Nesse sábado (25/03), aconteceu o Encontro comunista do Pão e Rosas. As centenas de participantes são provenientes de quase todos os estados do país, entre eles São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Goiás, Paraíba, Bahia, Maranhão, Sergipe, Piauí, Pará, Paraná e Santa Catarina, que participaram presencialmente e conectadas.

sábado 25 de março de 2023 | Edição do dia

Compuseram a mesa de abertura do encontro em São Paulo, Flavia Telles, professora da rede estadual de São Paulo; Lara Zaramella, estudante da USP; Fernanda P. Lucci e Tamires Carvalho, metroviárias, Silvana, trabalhadora terceirizada da saúde, Vilma Silva, trabalhadora do bandejão da USP; Grazi Rodrigues, professora do município de São Paulo; Juliana Cardoso, estudante da USP; Virgínia Guitzel, militante trans e estudante da UFABC e Bia Boldrini, estudante de história da Unicamp.

Encontro presencial no Rio Grande do Sul

Maíra Machado foi quem coordenou a parte nacional do encontro, junto a dezenas de professoras que agora estão se enfrentando contra o Novo Ensino Médio que ataca a educação pública e relega aos filhos dos trabalhadores uma educação cada vez mais precária.

O Encontro foi permeado pela imensa força da luta na França, que está demonstrando que a classe trabalhadora é poderosa e sua luta está mais viva do que nunca. Lorélia Freijó, militante francesa do grupo Revolução Permanente, enviou sua saudação ao encontro diretamente das manifestações que sacodem a capital francesa, batalhando contra a reforma da previdência que o governo Macron quer aplicar.

Representando o estado do Rio de Janeiro, Carolina Cacau tratou sobre a realidade das mulheres negras no Brasil, em um país onde o machismo e o racismo se cruzam para amplificar a exploração de milhões de mulheres por todo o país. Além disso, mostrando a força que tem o feminismo socialistas e sua aliança com a classe trabalhadora, diferente do feminismo liberal que apoia os ataques contra as grandes maiorias da população. Por isso, defendeu a perspectiva de uma luta independente dos governos, patrões e empresários, sem a qual não será possível derrotar o patriarcado e o machismo. Junto com Cacau, participaram no Rio de Janeiro, Ana Paula e Patrícia, que fazem parte das Mães de Manguinhos, que lutam contra violência policial que assassina a juventude negra todos os dias, e que inclusive vitimou seus próprios filhos.

Encontro presencial no Rio de Janeiro

Myrian Bregman, deputada nacional da Argentina pela Frente de Esquerda dos Trabalhadores, e militantes do PTS e do Pan y Rosas, enviou sua saudação também ao encontro, expressando que o Pão e Rosas é uma organização internacional presente em mais de 14 países e relatando a forte luta das argentinas pelo direito ao aborto.

Uma forte delegação de metroviárias, com Fernanda P. Lucci, Tamires Carvalho, Marília Rocha e Larissa Ribeiro expressaram a força da luta das metroviárias e metroviários que foram linha de frente da greve que se enfrentou duramente contra o governo de extrema-direita, e herdeiro do bolsonarismo, de Tarcísio de Freitas, em São Paulo, expressando que o Pão e Rosas sempre esteve à frente dos principais processos de luta de classes do país.

Encontro presencial em Minas Gerais

Silvana e Vilma falaram sobre a importância da efetivação das trabalhadoras terceirizadas na Universidades e no serviço público, sem necessidade de concurso, uma vez que muitas trabalhadoras trabalham por anos nesses locais e já provaram no seu cotidiano que podem cumprir esse trabalho. Ambas pernambucanas denunciaram o trabalho escravo e as expressões de xenofobia contra nordestinos, defendendo a unidade dos trabalhadores para lutar contra essas expressões absurdas da realidade brasileiro.

Andreia Pires, trabalhadora terceirizada da limpeza, falou sobre a importância de se organizar no Pão e Rosas, para fortalecer a luta das mulheres, denunciando a violência que milhares de trabalhadoras sofrem todos os dias, chamando à todes a se juntar para acabar com a exploração e a opressão.

Victória Gordon, caloura da Ciências Sociais na Unicamp e militante da juventude Faísca Revolucionária, falou sobre as centenas de estudantes que se organizaram nas universidades, e organizando o Tour Comunista, e que assim puderam apresentar a história da Universidades para muitos colores a partir do pontos de vista dos explorados e oprimidos, e não das empresas e da lógica mercantilista que domina vários desses centros de excelência.

Encontro presencial em Brasília

Virgínia Guitzel, militante trans e estudante da UFABC, expressou a importância da luta LGBTQIA+, com uma relato emocionante, expressou a batalha que é a luta das LGBTQIA+ pelo direito ao próprio corpo e contra a transfobia, lembrando também que foi linha de frente da luta pelas cotas trans na UFABC, primeira universidade no sudeste a ter cotas trans.

Janeide Souza, da secretaria de negras e negros do Sintusp também enviou sua saudação, a partir de uma categoria que sempre foi protagonista das lutas em defensa da educação pública e das trabalhadoras terceirizadas.

Ainda ocorreram falas nacionais, de diversos estados mostrando a força que tem o Pão e Rosas no país todos com Erika Thuanny, estudante da UFRN em Natal; Val, enfermeira e estudante de Ciências Sociais da UFPE em Recife; Leidi Miranda, estudante de farmácia da UFMG em Minas Gerais, Mariana estudante de artes e Rosa, militante trans não binária, que são estudantes da UNB, e Giovanna Pozzi, estudante de história da UFRGS trataram de diferentes temas sobre gênero e sexualidade.

Entre vários temas, denunciaram o caso de transfobia do reacionário Nikolas Ferreira, defenderam o direito ao aborto, livre, legal e gratuito, bandeira que o PT sempre rifou em acordo com os setores mais conservadores da sociedade, além de colocaram o combate a todos os opressores e explorados que impõe uma heteronormatividade que violentam as pessoas não-binárias e LGBTQIA+.

Encontro presencial em Recife

Diana Assunção, fundadora do Pão e Rosas Brasil e e organizadora do livro A Precarização tem rosto de mulher, encerrou o encontro saudando a luta de classes na França e como esses processos reafirmam a força das ideias comunistas nos dias de hoje, contra todos os ataques da burguesia e as deturpações stalinistas que o comunismo sofreu ao longo da história. Convocou a todes a encampar uma forte campanha contra a precarização do trabalho que no Brasil tem cara de mulher negra, dizendo que o próprio governo Lula-Alckmin já afirmou que não irá revogar a reforma trabalhista, e cabe às mulheres tomar essa bandeira em suas mãos, e impor uma luta independente do governo da frente ampla. Falou também sobre a nova publicação do livro Mulheres, Revolução e Socialismo, pelas edições Iskra, que é a maior coletânea de textos clássicos do marxismo sobre gênero e sexualidade.

A parte nacional do evento terminou com todes os presentes cantando a música do Pão e Rosas, e na sequência, o encontro seguiu com as dinâmicas estaduais por todo o país.




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