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FEMINISMO E MARXISMO | MG: Exitosos lançamentos dos livros do Pão e Rosas com debates sobre feminismo e marxismo

Na quarta e na quinta-feira, dias 9 e 10, aconteceram na FAFICH-UFMG e na Escola Estadual Helena Guerra de Contagem os lançamentos dos livros “Feminismo e Marxismo” e “Pão e Rosas: identidade de gênero e antagonismo de classe no capitalismo”, reunindo mais de 70 pessoas. Diana Assunção, fundadora do Grupo de Mulheres Pão e Rosas, fez as apresentações.

segunda-feira 14 de agosto de 2017 | Edição do dia

Os lançamentos foram organizados pelo Pão e Rosas, juventude Faísca e o MRT. O livro Feminismo e Marxismo foi organizado por Andrea D’Atri, fundadora do Grupo de Mulheres Pão e Rosas na Argentina, e por Diana Assunção. Pão e Rosas: identidade de gênero e antagonismo de classe no capitalismo foi escrito por Andrea D’Atri e tem prólogo escrito por Diana.

As exposições apresentaram conceitos básicos do marxismo para pensar a questão da mulher no capitalismo, dialogaram com o movimento feminista atual e debateram uma estratégia para a emancipação das mulheres.

Diana colocou a importância de relacionar a etapa do neoliberalismo com o desenvolvimento dos movimentos sociais de reivindicação por mais direitos e a falta de horizonte de setores do movimento feminista internacional que, durante os últimos anos foram também protagonistas de inúmeros "triunfos táticos" na conquista de direitos mas que vinha sempre acompanhado de uma "derrota estratégica" já que a institucionalização e a cooptação por parte do Estado capitalista e da agenda neoliberal buscava esvaziar de conteúdo as justas reivindicações do feminismo. Debater como transformar cada avanço do movimento feminista em ponto de apoio pra destruir a sociedade, e não para reformá-la, torna-se uma discussão urgente, uma vez que a chamada “primavera feminista” trouxe com muita força a luta das mulheres que protagonizaram a emblemática paralisação internacional das mulheres no último 8 de março. Nós não começamos do zero, e por isso é necessário um debate de estratégias.

Diana também falou da situação da mulher atualmente no Brasil, com o governo golpista de Temer atacando a classe trabalhadora, e ainda mais as mulheres trabalhadoras, com a terceirização irrestrita, a aprovação da Reforma Trabalhista e a tentativa de aprovar a Reforma da Previdência.

Como parte do debate de estratégias, um grande exemplo histórico abordado, do qual é necessário tirar grandes lições é a Revolução Russa, que em 2017 completa seu centenário. As mulheres e os homens do partido bolchevique tiveram uma preocupação prioritária no combate às diferenças de gênero. Medidas que ainda nos dias de hoje estampam as bandeiras do movimento feminista, como salários iguais ente homens e mulheres, o direito ao aborto e o fim da dupla jornada e do trabalho doméstico, foram tomadas pelos Estado Operário ainda nos primeiros anos, mesmo com todas as dificuldades impostas pela guerra e pelas tentativas de invasão dos Estados capitalistas.

As ideias que o Pão e Rosas buscou apresentar e discutir nos lançamentos dos livros são como ferramentas de luta para os milhões de mulheres trabalhadoras que estiveram na linha de frente das grandes greves gerais contra Temer e as reformas, para as estudantes que estiveram à frente das ocupações estudantis e que seguirão na luta contra o machismo e o capitalismo.

Na Escola Helena Guerra dezenas de professoras e estudantes falaram sobre os desafios a serem enfrentados com o debate de gênero nas escolas, em tempos onde o Projeto Escola Sem Partido e a direita golpista buscam calar os professores e estudantes e criar um clima de perseguição ao pensamento politizado e crítico. Flavia Valle, militante do Pão e Rosas, ressaltou como essa luta necessária e as resistências que muitas vezes travamos separadas em cada sala devem se unir em um só punho contra o machismo e contra o capitalismo.

Conheça mais das ideias apresentadas aqui.

Na UFMG e em Contagem, muitas companheiras elogiaram a iniciativa e se juntaram à militância do Pão e Rosas. Acompanhe pelo Esquerda Diário a divulgação das próximas atividades do grupo e participem!

Confira depoimentos de algumas pessoas que participaram do debate na UFMG e em Contagem:

"Bem, é de suma importância o debate feito sobre feminismo e classe, pois é muito comum vermos discussões sobre as opressões sofridas por nós mulheres sem levar em conta a exploração do sistema e a divisão de classes a qual estamos a submetidas, então gostei muito da abordagem do debate e do livro."
Caline, estudante de Jornalismo na UFMG

“Parabéns pela iniciativa. Parabéns ao grupo Pão e Rosas pelo exemplo de luta. Que haja mais debates como o de hoje!"
Grazi, professora da Escola Helena Guerra

“Achei um momento único, muito bom para compartilhar ideias, e posicionamentos, do nosso cotidiano, perante ao que tá construído.”
Flávia, Serviço Social da UNA

"Foi bem interessante o debate, mostrando que as mulheres tiveram um papel de extrema importância dentro da Revolução Russa. Além disso, outro ponto citado na discussão foram as contribuições das mulheres dentro dos movimentos sociais, lutando ativamente, diferente da ideia de coadjuvantes que as vezes temos sobre as mulheres dentro desses movimentos."
Vagner, estudante de Biologia da UFMG

"O lançamento do livro Pão e Rosas na Escola Estadual Helena Guerra, foi extremamente importante para mim, como aluna da escola e como cidadã.
Participar dos debates, ouvir as histórias de vida das outras pessoas, fizeram-me sentir à vontade para contar a minha história também. Foi como recarregar as minhas forças e perceber que não estou sozinha nessa luta.
Se tivéssemos mais eventos como esse na nossa escola, as coisas seriam melhores em diversos aspectos. Já aguardo o próximo!"
Ana Betti, estudante do Helena Guerra

“Foi muito bom ver muitas mulheres se expressando e reivindicando uma saída pra essa vida de miséria e contradição que levamos, quero muito mais momentos como esse.”
Zuca, estudante de mestrado da PUC Coração Eucarístico




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