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LAVA-JATO | Japonês da Federal, de herói a condenado por corrupção

Cai a máscara do justiceiro herói da direita brasileira, por trás havia apenas mais um policial corrupto.

Allan CostaMilitante do Grupo de Negros Quilombo Vermelho - Luta negra anticapitalista

quinta-feira 17 de março de 2016 | 02:02

A Operação Lava Jato já ocupa os noticiários brasileiros há muito tempo e pode estar agora em seus momentos decisivos frente aos fatos recentes envolvendo a Presidente Dilma e o agora ministro, Lula. A cada fase da operação que se desenvolve sob a batuta do Juiz Sergio Moro naquilo que chamamos de um verdadeiro "Partido Judiciário", que as elites e a mídia burguesa pintam como um herói nacional, se alimenta uma ilusão de que instituições como a Polícia Federal ou o Judiciário poderiam livrar o país da corrupção. Uma olhada mais atenta, porém, expõe toda a lama que cobre os ditos "Heróis".

Este “partido” busca arbitrar entre os setores em disputa, relevando falcatruas aqui, escondendo acolá para realizar uma operação que eles escolham qual cara “limpa” querem dar ao regime político brasileiro, tudo com vistas a aumentar os ataques a classe trabalhadora, realizar maiores ajustes e de quebra fortalecer instituições que podem ser usadas contra as greves e direitos dos trabalhadores.

Suas reais intenções e ligações se mostram nas histórias dos próprios “heróis”. Além das motivações escusas de Moro, já denunciadas aqui no Esquerda Diário, um dos rostos da midiática operação, Newton Ishii, conhecido como o "Japonês da Federal" que chegou servir de máscara para os que protestavam no último dia 13/03, responde por 3 processos e foi condenado pela justiça paranaense por envolvimento com um esquema de contrabando de mercadorias em Foz do Iguaçu, fronteira do Brasil com o Paraguai e Argentina. A operação "Sucuri" processa sob segredo de justiça 14 envolvidos que até hoje não cumpriram nenhum tipo de pena.

São esses os agentes que a burguesia quer que acreditemos que serão os responsáveis por livrar o Brasil da corrupção. Lembrando dos atos pró-impeachment de 2015, até mesmo o reacionário e corrupto Eduardo Cunha, que hoje é réu no STF justamente por envolvimento na corrupção da Petrobrás, já foi o paladino da vez por deter em suas mãos as chances do processo de Impeachment de Dilma.

Casos como este da condenação do "Japonês da Federal" nos mostram que os trabalhadores não podem ter nenhuma ilusão nos setores da justiça burguesa que foi fortalecida pelos próprios anos do petismo no poder e que parece não ter nenhum mecanismo de controle, já que agem e legislam sob a mais completa arbitrariedade. Os chamados "segredos de justiça" muitas vezes escondem do grande público figuras ligadas às policias e à justiça envolvidos em casos absurdos de corrupção, assassinatos, violência contra a mulher, entre outros, para que sejam convenientemente resolvidos sem grandes exposições e muitas vezes sem punição. Ou seja, escondem e revelam o que querem garantindo a impunidade dos “seus” e realizando seus interesses ocultos. É assim com os autos de resistências que ocultam assassinatos e é também com estes paladinos da ética corruptos até a medula como todos sabemos que também são os petistas, tucanos e peemedebistas. Não precisamos de nenhuma Lava Jato para saber que todos os partidos do regime estão envolvidos em mil e uma falcatruas.

Os trabalhadores não devem se iludir com essas instituições, elas não podem dar uma resposta de fato aos problemas da corrupção pois elas mesmas estão envolvidas até os ossos por essa mesma lama que dizem combater. Por outro lado, acreditamos que os trabalhadores devem reivindicar através da força de suas mobilizações, que todos os processos de corrupção sejam abertos e julgados por juri popular para garantir que nenhum interesse empresarial, imperialista e oculto vá se sobrepor aos interesses dos trabalhadores e reaver para os trabalhadores aquilo que lhes foi roubado.




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