×

Palestina | Israel difunde esquete homofóbico para difamar a solidariedade LGBTI com a Palestina

A televisão israelense transmitiu um esquete com caricaturas LGBTfóbicas e islamofóbicas. A conta oficial do Twitter do Estado de Israel republicou o esquete, revelando os limites de sua suposta abertura às pessoas LGBT.

quinta-feira 9 de novembro de 2023 | Edição do dia

No dia 5 de novembro, o programa satírico israelense Eretz Nehederet, um dos mais assistidos em Israel, exibiu, em horário nobre, um esquete estrelado por estudantes LGBT da Universidade de Columbia, retratados como jovens excêntricos com piercings e cabelos coloridos, "muito fãs do Hamas, que está na moda no momento", formados em "astrologia queer decolonial", incapazes de entender que os combatentes do Hamas querem matá-los.

É surpreendente a semelhança entre esse retrato de jovens LGBT não sionistas e a maneira como jovens LGBT em geral são retratados pela extrema direita no Ocidente: como "jovens excêntricos e estúpidos, cheios de ideias absurdas devido ao tempo gasto em universidades dominadas por esquerdistas".

Somam-se a isso elementos da retórica sionista que justificam os ataques à Faixa de Gaza: os combatentes do Hamas se escondem em túneis sob hospitais, usando civis como escudos humanos, forçando Israel a matar dez civis por um combatente do Hamas. Os palestinos não têm falta de nada e, cheios de raiva beligerante, só querem armas, tudo isso sob o olhar benevolente de esquerdistas cegados pelo fariseísmo acadêmico. O esquete está tão alinhado com a propaganda do regime israelense que foi republicado no dia seguinte pela conta oficial do Twitter do Estado de Israel.

A abordagem ambivalente da propaganda sionista em relação às pessoas LGBT, ao organizar o Orgulho de Tel Aviv e promover Israel como um refúgio LGBT em meio a um Oriente Médio homofóbico, enquanto utiliza estereótipos reacionários sobre jovens LGBT politizados, destaca a natureza instrumental do suposto apoio de Israel à comunidade LGBT.

Na realidade, o casamento entre pessoas do mesmo sexo nem mesmo é reconhecido em Israel, e atos de violência LGBTfóbica são frequentes, encorajados por partidos reacionários do regime. Um de seus deputados chegou a propor a proibição do Orgulho de Jerusalém no ano passado.

O projeto sionista, militarista e religioso, não tem nada progressista a oferecer às pessoas LGBT, além de tentar justificar sua política colonial. O apoio demonstrado à causa palestina por milhares de jovens, frequentemente LGBT ou racializados, nos Estados Unidos e na França, está desafiando a propaganda de Israel e dos Estados imperialistas que o apoiam. Em um momento em que o apoio a Israel se torna cada vez mais politicamente custoso para os governos imperialistas, forçando o regime francês a recuar parcialmente nas proibições de manifestações pró-palestinas, é importante continuar desmascarando a retórica do Estado de Israel para ampliar ainda mais o movimento.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias