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Argentina | Hoje querem votar a Lei Omnibus: voltamos às ruas na Argentina

Depois de dois dias de mobilizações e repressão, com fortes discursos da esquerda no Congresso, o Governo tenta votar hoje a lei omnibus. Ele não conseguiu fazer isso na sessão de ontem, como esperava. As assembleias populares, protagonistas desta quinta, convocam a voltar a concentração na Praça. A esquerda estará presente novamente. Festival a partir das 16h

sexta-feira 2 de fevereiro | Edição do dia

O debate sobre a Lei Omnibus terá hoje um dia chave. Depois de dois dias de debates e de várias semanas de repressões nas costas do povo, o oficialismo e os blocos colaboracionistas querem aprovar a Lei. Queriam fazê-lo na noite de quinta e nas primeiras horas de sexta. Como se costuma dizer, entre galos e meia-noite. Mas eles não conseguiram. O “toma lá dá cá” entre libertários, governadores e empresários foi acompanhado por uma mensagem que veio de fora. Apesar da deserção do peronismo e da sua direção social e sindical, os canais de televisão tiveram que refletir a rejeição expressa pelas mobilizações das assembleias populares, Unidos pela Cultura, organizações sociais e esquerda, às quais posteriormente aderiram os panelaços.

Esta quinta foi mais uma expressão do mal-estar que chega aos milhões, mas que hoje se expressa nas dezenas de milhares que se mobilizam em todo o país. Por isso ocorreu a repressão a manifestantes, jornalistas e deputados: orque querem votar uma lei antipopular o mais rápido possível.

O Palácio: querem votar hoje

Como assinala Jesica Calcagno em sua coluna desta quinta: “O pano de fundo da repressão e da decisão do governo e dos blocos dialoguistas de realizar a sessão ‘como se nada tivesse acontecido’ é que finalmente estavam chegando a acordos sobre a lei omnibus na eterna negociação com o poder executivo. No momento de maior tensão e repressão ao redor do Congresso, surgiu um novo texto do Poder Executivo contemplando diversas das propostas dos blocos colaboracionistas.

Os deputados da Frente de Esquerda denunciaram esses pactos, e também a repressão que estava acontecendo. Por isso, retiraram-se do recinto, com deputados de outros blocos. Mas a repressão continuou. Finalmente, os libertários convocaram uma pausa na sessão do Congresso para pactuar sobre o texto final que pretendem votar hoje.

As ruas: novo compromisso de honra

Como todos os meios de comunicação repercutiram, não houve acordo nas ruas. Em todo caso, o único acordo entre milhares de manifestantes foi expressar o seu repúdio ao que estava sendo cozinhado lá dentro do Congresso. Apesar da ausência da CGT, da CTA e das fracas delegações do peronismo, milhares de pessoas voltaram a se reunir. Resistiram durante horas à repressão de centenas de forças federais e policiais. A mensagem chegou a milhões de outras pessoas que repudiam o Governo. Não é pouco. Mas esta primeira batalha ainda não acabou.

Nesta sexta há um novo compromisso. A sessão onde tentarão aprovar a Lei Omnibus teve início às 10 horas. Mas também já foi confirmada a convocação às assembleias de bairro, à esquerda e às organizações sociais, para voltarem a se concentrar no Congresso. Às 16h terá início um Festival Unides pela Cultura, com artistas. Nesse horário, começarão a chegar as organizações que estavam lá nestes dias, mas apelam a todos os que rejeitam o ajuste e as leis de direita para que venham ao Congresso.

Esta é uma das primeiras batalhas contra todo o plano de Milei. Devemos mostrar nas ruas que a resistência também começou.




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