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Heleno sobre AI-5: “tem de estudar como vai fazer, como vai conduzir”

O General Augusto Heleno, atual ministro do Gabinete de Segurança Institucional, foi entrevistado pelo Estadão através de uma ligação e respondeu algumas poucas perguntas. Claramente incomodado, buscou diversas vezes fugir do assunto atacando a imprensa e o congresso. Em nenhum momento chegou a repudiar as declarações do filho “número 3” de Bolsonaro.

quinta-feira 31 de outubro de 2019 | Edição do dia

Sobre a declaração:Eduardo Bolsonaro quer censurar, fechar Congresso e institucionalizar tortura com novo AI-5.

Em entrevista pelo telefone ao Estadão, Augusto Heleno (ministro do GSI) tentou fugir do assunto diversas vezes, atacando a imprensa e o congresso. Esteve longe de repudiar as declarações de Eduardo.

Dentro da cúpula do governo, Heleno é um dos mais alinhados ao reacionarismo e autoritarismo viúvo da ditadura do clã familiar. Ocupando a chefia de um ministério que formalmente tem a função de garantir uma suposta segurança das instituições (mas que no fundo é o braço estatal que orienta a vigilância e medidas de “contenção” de qualquer “ameaça” à estabilidade que seja considerada enquanto tal) o ministro longe de qualquer resposta negativa, tratou mais de aconselhar Eduardo sobre as barreiras que a proposta de instaurar uma lei de perseguição, prisões, assassinatos e tortura dos considerados “perigosos” à nação, teria com o atual regime.

Ao ser questionado pelo Estadão se o AI-5 seria algo do passado, que não serve mais para hoje (pergunta que leva a se deduzir que a medida ditatorial teria sido justificável no seu período) Heleno responde que não tinha ouvido as declarações de Eduardo, mas que se o deputado fez essa ameaça absurda “tem de estudar como vai fazer, como vai conduzir. Acho que, se houver uma coisa no padrão do Chile, é lógico que tem de fazer alguma coisa para conter. Mas até chegar esse ponto tem um caminho longo”, sugeriu.

Além de aproveitar para criticar o legislativo pela paralisia da tramitação do pacote “anti-crime”, uma medida repressiva e autoritária que poderia “organizar o país”, o ministro tenta ao máximo possível fugir das respostas e, frente aos conflitos de Bolsonaro com a imprensa golpista, faz duros ataques afirmando que “vocês estão tão desacreditados que pode escrever o que quiser”, após incômodo com as perguntas de se caso as massas no Brasil se revoltem com os ataques do governo, seria viável ou preciso algo como o AI-5.

Durante as poucas perguntas e o pouco que comentou sobre as declarações de Eduardo por se negar a responder diretamente, o Ministro que é um dos principais conselheiros da ala cúpula do governo, mostra posições que são reivindicadas por Jair Bolsonaro, este por sua vez, devido o rechaço geral à declaração escandalosa de Eduardo, respondeu que achava as posições “lamentáveis”. Mas assim como Heleno, tratava de não responder as perguntas e se fazer de desentendido.

Leia mais: Jair Bolsonaro tenta se desvincular de declaração e Eduardo reafirma elogio ao AI-5.




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