LUTA CONTRA DEMISSÕES NA GM | Greve na GM de São José dos Campos segue forte

Em nova assembleia neta terça-feira, os trabalhadores da General Motors de São José dos Campos votaram a continuidade da greve por unanimidade. Sem saber até agora o número de demitidos, sem qualquer diálogo aberto pela empresa e com novas demissões acontecendo ao longo de toda a segunda-feira depois da primeira assembleia, os trabalhadores decidiram seguir o conflito.

Os trabalhadores já decididos a seguir o movimento grevista nesta terça-feira, vieram de carro para a planta sabendo que em seguida teriam que voltar para casa. A assembleia atrasou cerca de uma hora pra começar, pois formou-se um verdadeiro congestionamento na porta da GM. A assembleia estava cheia, cerca de 4 mil trabalhadores.

A assembleia começou com falas de solidariedades de sindicatos da região, falaram os Químicos, Petroleiros e o sindicato da Alimentação, todos do Vale do Paraíba.

A revolta com a empresa e a chefia era grande, pois além das demissões por telegrama do final de semana, ao longo de todo o dia de ontem a empresa seguiu demitindo por telefone e até por WhatsApp, endurecendo o conflito. Para piorar a situação, a empresa tentou uma tática de divisão da base, convocando os trabalhadores que fossem contrários à greve a irem de branco na assembleia desta terça-feira, para mostrar uma divisão na categoria, o que enfraqueceria a greve, a categoria e o sindicato. O tiro foi no pé. Apenas supervisores, gerentes e diretores da empresa estavam de branco, seus uniformes de trabalho. Aumentou ainda mais a revolta entre os trabalhadores.

Frente à situação na indústria, na automotiva especificamente que só neste ano demitiu cerca de 8 mil trabalhadores em todo o país e prometem demitir mais 20 mil até o final do ano, frente a crise nacional que o país enfrenta, os trabalhadores estavam bastante decididos a seguir a luta e endurecer se fosse necessário.

Os trabalhadores da GM de São José dos Campos mostram disposição de luta para enfrentar as demissões, enquanto a burocracia sindical tenta enfiar a redução de jornada com redução salarial com o PPE goela abaixo.

O momento é de cercar a greve dos trabalhadores da GM de solidariedade de classe. É importante que o PSTU, via CSP-Conlutas, encabece nacionalmente uma grande campanha de solidariedade, que mova diversas categorias e a juventude em todo o país em apoio. Fazer uma forte campanha nos locais de trabalho e estudo com fotos, moções de solidariedade e apoio ativo. Pois a vitória na GM com a reversão das demissões seria um passo importantíssimo para todos os trabalhadores do país neste momento de crise econômica e polarização política nacional, abrindo espaço à criação de uma força dos trabalhadores que seja independente do governo e da oposição de direita.