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Em homenagem ao 8 de março, os sites Fictícia e Petisco disponibilizaram simultaneamente e de forma gratuita, a HQ (História em Quadrinhos)“Pão e Rosas”. A versão romanceada da “Greve do Pão e Rosas” conta com roteiro de Hector Lima, arte de Mario Cau e letras de Pablo Casado.

Odete AssisMestranda em Literatura Brasileira na UFMG

sábado 28 de março de 2015 | 00:00

A história é relatada por meio do depoimento de Carmella Teoli, uma jovem operária de apenas 14 anos, vítima de um acidente na fábrica, que vai depor sobre a greve de Lawrence no congresso dos Estados Unidos.

Baseando-se no poema de James Oppenheim, a HQ relata a dura realidade da classe trabalhadora, a opressão, a exploração, os acidentes de trabalhos e os salários de miséria. As difíceis condições de vida fizeram com que em janeiro de 1912, mais de 20 mil trabalhadores da indústria têxtil parassem a cidade de Lawrence por mais de dois meses. A greve tinha na sua linha de frente mulheres e crianças, em sua maioria imigrantes, submetidas a terríveis condições de vida e trabalho, que conseguiram se organizar contra o corte dos salários. A greve conquistou a implementação da redução da jornada, aumento de salários e reconhecimento dos sindicatos.

Mas a greve pedia muito mais, seu lema era a luta pelo direito ao pão, mas também pelo direito as rosas. O pão representando não apenas a comida, mas condições necessárias para viver, e as rosas, o direito à cultura, arte, lazer, e a possibilidade de se desenvolver plenamente enquanto seres humanos.

E hoje, mais de cem anos depois, inspiradas no exemplo das operárias têxteis de Lawrence e das inúmeras mulheres que continuam se organizando e lutando por seus direitos, nós continuamos nossa luta pelo pão e rosas.

Pão e Rosas ( James Oppenheim)

Enquanto vamos marchando, avançando através do belo dia,
um milhão de cozinhas escuras e milhares de fábricas cinzentas
são tocadas por um sol radioso que subitamente abre,
e o povo ouve-nos cantar: Pão e rosas! Pão e rosas!
Enquanto vamos marchando, avançando,
Lutamos também pelos homens
pois eles são filhos de mulheres,
e como mães os protegemos.
Não mais seremos exploradas desde o nascimento até à morte
os corações mirram de fome, assim como os corpos.
Dai-nos pão, mas dai-nos rosas também !
Enquanto vamos marchando, avançando,
milhares de mulheres mortas
gritam através do nosso canto o seu antigo pedido de pão;
exaustas pelo trabalho, não conheceram a arte, nem o amor, nem a beleza.
Sim, é pelo pão que lutamos, mas também lutamos por rosas!
À medida que vamos marchando, avançando
trazemos conosco dias melhores.
Erguem-se as mulheres e isso significa
Que se ergue a humanidade.
Basta de agonia para o trabalhador e de ócio para o malandro:
o suor de dez que trabalham para um que nada faz.
Queremos compartilhar as glórias da vida: pão e rosas, pão e rosas!
Não permitiremos a exploração desde o nascimento até à morte;
os corações morrem de fome, assim como os corpos :
Pão e rosas, pão e rosas!




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