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Pacto com os militares | Governo decreta sigilo de informações de Mauro Cid e militares envolvidos com o 8 de janeiro

Governo Lula vem tomando medidas para conformar acordos com as Forças Armadas. Nas últimas semanas, o presidente decidiu por ignorar os 60 anos do golpe militar e cancelar qualquer evento oficial sobre a data. Decisão ocorreu pouco depois de declarar, em entrevista ao final de fevereiro, que não deseja remoer o passado.

quinta-feira 21 de março | Edição do dia

Governo Lula vem tomando medidas para conformar acordos com as Forças Armadas. Nas últimas semanas, o presidente decidiu por ignorar os 60 anos do golpe militar e cancelar qualquer evento oficial sobre a data. Decisão ocorreu pouco depois de declarar, em entrevista ao final de fevereiro, que não deseja remoer o passado.

Dando continuidade a formulação deste pacto, o governo e Exército imporam um sigilo sobre a lista dos militares alocados no Batalhão da Guarda Presidencial durante a ação bolsonarista do 8 de janeiro. Também por 100 anos ficarão escondidas as informações da ficha militar de Mauro Cid e de punições e sanções disciplinares que este sofreu durante sua carreira militar.

Leia mais: Conciliação com militares

Tal decisão indica mais um aceno, entre muitos outros, para o quão longe o governo de Frente Ampla pretende ir nas investigações do 8 de janeiro e sua relação com as Forças Armadas. Enquanto ao grande público o STF junto ao governo federal pretendem divulgar operações da Polícia Federal contra militares diretamente ligados à cúpula bolsonarista, movimentações não tão midiáticas, mas com enorme significado, ocorrem.

Entre elas, está o novo contrato milionário das Força Aérea Brasileira com empresas israelenses de drones, que diretamente produzem armas usadas no genocídio ao povo palestino. Este fato interliga a política de conciliação com os militares brasileiros mas também com o Estado de Israel, após um momento de maior atrito diante das declarações mais abertas de Lula sobre a guerra.

O governo de Frente Ampla avança nas negociações com as Forças Armadas, visando a manutenção de suas posições no regime político. Próximo aos 60 anos do golpe militar e diante da escalada do pacto entre Lula e militares, a luta por justiça aos mortos da Ditadura e também aos crimes do governo Bolsonaro se mostra como uma moeda de troca para Lula, usada em nome da estabilidade deste regime erigido pelo golpe de 2016, ataques à direitos trabalhistas e sucateamento de serviços públicos.

A justiça contra os crimes, de ontem e de hoje, dos militares e da extrema-direita somente pode ser conquistada com uma política de independência de classe e que avance não para conciliar com a extrema-direita, mas para derrotá-la.




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