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CONTRA OS SUPERSALÁRIOS E EM APOIO À GREVE | Estudantes de História e Ciências Sociais da UNICAMP deflagram paralisação

Na última terça (25), os estudantes do Centro Acadêmico de Ciências Humanas (CACH), Ciências Sociais e História da UNICAMP, votaram paralisação para o dia 27 de agosto contra os supersalários e em apoio à greve dos funcionários. Com piquete, café da manhã, atividades e debates, a quinta-feira vai ser repleta de discussões contra os privilégios e em defesa de uma universidade pública aberta.

quarta-feira 26 de agosto de 2015 | 11:07

Há cerca de uma semana, os trabalhadores da UNICAMP votaram greve contra os supersalários e pela isonomia salarial, pauta histórica do sindicato, prometida pelo reitor em sua campanha e não cumprida com o argumento de que falta dinheiro. E, dentro dessa lógica, é muito importante o questionamento dos altos salários de mais de 800 servidores que ganham mais que o teto determinado constitucionalmente, o do governador Geraldo Alckmin, de 21,6 mil. Além dos supersalários os trabalhadores questionam os "megasalários" da alta burocracia acadêmica: o reitor José Tadeu Jorge, os pró-reitores, trabalhadores do alto escalão e alguns docentes ganham, e, muitas vezes, ganham megassalários, com valor em torno de R$60.000.

Um dos argumentos de um professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, o IFCH, era de que os professores da rede estadual de ensino básico podem ser considerados privilegiados em relação à maioria da população, já que recebem um salário em torno de 3 a 4 salários mínimos. Os professores da Rede Estadual de São Paulo estão com salas de aula lotadas, devido ao fechamento de salas, e acabaram de sair de uma greve pesada pela garantia de direitos básicos da categoria. Enquanto isso, os docentes da UNICAMP estão muito preocupados em manter seus salários altos, inclusive com uma proposta de lei na ALESP para a revisão do teto, o aumentando ainda mais, para 30 mil reais.

Os argumentos são meritocráticos e não incluem um questionamento sobre as verdadeiras injustiças que estão dentro e fora da universidade, como os cortes nos programas de educação, como a insuficiência da permanência estudantil, a ausência de cursos noturnos de História e Filosofia, por exemplo, que atendam a juventude trabalhadora. Além disso não discutem o escândalo que significa o trabalho terceirizado na UNICAMP, onde milhares de trabalhadores tem um salário extremamente baixo e condições precárias de trabalho. Também não discutem que os privilégios são o que causam o elitismo da universidade, o que faz com que a UNICAMP não tenha políticas de cotas etnico-raciais e seu acesso seja para poucos.

Assim, considerando os debates mais sensíveis dos estudantes de História e Ciências Sociais além da tradição do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) de apoiar a causa dos trabalhadores: diante de uma biblioteca um tanto precária em questão de infraestrutura, falta de acessibilidade no instituto, ou mesmo a falta de toner na impressora, com cerca de 95 alunos, foi deflagrada uma paralisação para o dia 27. Mas a assembleia discutiu profundamente como acabar com os privilégios na universidade é para também defender os interesses da população, para que ela sirva aos interesses dos trabalhadores que pagam impostos e permitem que ela exista. A posição dos estudantes é pela defesa real da universidade pública e aberta à população.

Vamos construir uma paralisação forte contra os privilégios e ao lado dos trabalhadores!




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