A empresa de pequeno porte da qual vendeu a 162 R$ a unidade da lata de leite condensado para a união não possui fachada de identificação e tem interfones quebrados, os vizinhos ainda dizem desconhecer as vendas da empresa ao Governo Federal. Trata-se de uma empresa fantasma A família da proprietária possui ainda mais duas empresas que realizam vendas à União.
sábado 30 de janeiro de 2021 | Edição do dia
Imagem: Reprodução Internet
A empresa Saúde e Vida Comercial de Alimentos é uma empresa de alimentos extremamente discreta localizada no Cruzeiro, bairro de Brasília. A empresa ficou em evidência após uma matéria do Metrópoles divulgar os gastos de supermercado da União, que teria gasto 15 milhões de reais em leite condensado apenas em 2020.
Além de permanecer fechada ao longo de vários dias, a empresa está sempre vazia e os vizinhos desconhecem as vendas feitas pela mesma. Apesar desse anonimato, a empresa já faturou R$12,5 milhões do Governo Federal desde 2014.
A dona da empresa, Azenate Abreu, é mãe de Elvio Abreu Junior, dono da DFX Comércio, que recebeu R$25,4 milhões da União no mesmo período. Já a Schuab Abreu Engenharia, pertencente à esposa de Elvio, faz negócios desde 2015 com o governo e faturou R$7,1 milhões nesse período.
Na matéria do Metrópoles foi divulgado ainda uma série de outros gastos exorbitantes como R$2 milhões em chicletes. O escândalo em torno das três empresas, que juntas faturaram R$45 milhões, escancara ainda mais os dados criminosos divulgados nos últimos dias.
Procurado pela Revista Época, que fez a investigação na sede das três empresas, Elvio Abreu Junior foi orientado pelos seus advogados a não se pronunciar. A revista acabou não conseguindo ter contato com nenhum representante dos estabelecimentos.
Esse escândalo surge em meio a um cenário nacional dramático, enquanto ocorre uma forte segunda onda da COVID 19, na qual falta respiradores em vários lugares e sistemas de saúde colapsam, o governo debocha da situação, com Bolsonaro dizendo que o leite condensado era “para enfiar no rabo de vocês".
Além disso, o auxílio emergencial foi cortado por supostamente não haver dinheiro para pagá-lo, o que jogou milhares de famílias novamente numa situação de completa miséria. Mas o Governo Federal segue escoando milhões através de empresas laranjas enquanto se recusa sequer a comprar seringas para toda a demanda de vacinação.
O escândalo é ainda maior se levado em consideração o fato de que os preços dos alimentos só aumentam, corroendo os salários. Aumento esse que só ocorre porque se opta pela exportação dos alimentos em detrimento da venda em território nacional, prática totalmente respaldada numa política subserviente que o governo sempre adotou em relação ao imperialismo.
Fonte: Revista Fórum
