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Porto Alegre | Em assembleia, trabalhadores da Trensurb reafirmam greve nesta segunda

Após Justiça determinar que a Trensurb pague o adicional noturno dos seguranças, uma das reivindicações da luta, os trabalhadores decidiram unânimamente em assembleia seguir com a greve até barrarem a privatização da empresa que segue na lista de estatais que o governo Lula-Alckmin manteve no Plano Nacional de Desestatização (PND).

segunda-feira 8 de maio de 2023 | Edição do dia

Em assembleia convocada para a tarde deste domingo (07/05), os trabalhadores da Trensurb no Rio Grande do Sul decidiram por unanimidade manter a greve de 24h chamada para esta segunda (08). A assembleia foi convocada após chantagem da patronal e da justiça de voltar com o pagamento do adicional noturno dos seguranças caso a greve fosse suspensa. Os trabalhadores que estão também lutando por esse direito e contra a privatização da estatal decidiram por manter a paralisação para barrar este brutal ataque que afetará a vida de centenas de trabalhadores e da população da grande Porto Alegre.

Na última sexta-feira (05) os trabalhadores votaram em assembleia a paralisação por 24h. E alertaram que essa é uma greve de 24 horas para agora, mas que pretendem ampliar a mobilização até garantir que a empresa não será vendida. Com o início da mobilização, a Justiça determinou que o adicional noturno dos trabalhadores da área de segurança fosse retomado, e isso foi utilizado como chantagem para dividir a categoria e fazer com que a greve fosse suspensa. Mesmo assim os trabalhadores se mantiveram unidos e determinaram que a paralisação seguisse até barrar a privatização.

A Trensurb está na mira dos capitalistas para ser privatizada há anos. Mas foi o governo Bolsonaro que avançou com esse projeto inserindo a empresa no Programa Nacional de Desestatização (PND), junto com uma lista de várias outras estatais. O governo Lula-Alckmin retirou algumas empresas da lista, como os Correios, a EBC, entre outras. Mas a Trensurb ainda segue mantida. No início do ano vimos o Metrô de Belo Horizonte tendo sua privatização em curso sem o Governo Federal fazendo nada para impedir. Também vemos os trabalhadores do metrô de Recife lutando contra a privatização da estatal e o governo também fazendo nada contrário a este ataque. O presidente da Trensurb segue sendo o mesmo escolhido por Bolsonaro, que foi escolhido para justamente aprofundar a precarização da estatal com o intuito de vendê-la. Em outras palavras, o governo atual está disposto a manter as privatizações que Bolsonaro iniciou o processo.

Leia também: Lula vai privatizar o Trensurb de Porto Alegre?

Os trabalhadores sabem que a privatização significa desemprego, arrocho salarial, precarização dos serviços e retirada de direitos. Mesmo conquistando o retorno do adicional noturno, os trabalhadores sabem que precisam ir até o fim para impedir a retirada de qualquer direito, e que este brutal ataque está a serviço de garantir lucros para um pequeno punhado de acionistas enquanto os trabalhadores sofrem com retirada de direitos, e a população com serviço mais precário e mais caro.

A greve do Trensurb é uma luta importante em defesa do patrimônio público. É preciso cercá-la de solidariedade ativa, convencendo colegas e a população sobre a importância de se defender o Trensurb e os postos de trabalho. As centrais sindicais, como a CUT e CTB, e entidades estudantis deveriam estar organizando uma grande força-tarefa para fortalecer a greve, com participação nas ações dos trabalhadores e ajudando a publicizar essa causa. O Esquerda Diário está à disposição dos trabalhadores. As últimas greves, como a do metrô de BH e a de São Paulo, mostraram que o caminho para se enfrentar os ataques e as privatizações é o caminho da unidade da categoria e a união com os usuários do transporte - não a aliança com os empresários e a direita, como o governo Lula vem fazendo. Se essa greve triunfa, é um ponto de apoio muito importante para todos os trabalhadores do país que estão sofrendo com a carestia de vida, o desemprego, a inflação e os efeitos das reformas neoliberais que o país vive há alguns anos.




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