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LAVA JATO | Cunha tenta livrar família das garras de Moro

Defesa da esposa e filha do presidente da Câmara pede habeas corpus para evitar que sejam julgadas por Sérgio Moro

Allan CostaMilitante do Grupo de Negros Quilombo Vermelho - Luta negra anticapitalista

quarta-feira 23 de março de 2016 | Edição do dia

Nos bastidores da operação Lava Jato, Eduardo Cunha se move para tentar fazer o processo que corre contra sua esposa e filha se manter distante das mãos de Sergio Moro. Ontem (23), A defesa de Cláudia Cruz e Danielle Dytz entrou com pedido de habeas corpus ao STF pedindo que as investigações fossem suspensas até que o ministro Teori Zavascki, responsável pela investigação no STF desse seu parecer sobre as investigações.

No último dia 15 de março, Teori Zavascki entendeu que por não terem foro privilegiado, a esposa e a filha de Eduardo Cunha, deveriam ter seu processo julgado na primeira instância, ou seja, por Sérgio Moro.

Para Cunha, a possibilidade de prisão de suas familiares pelo envolvimento no uso de contas na Suíça alimentadas com dinheiro desviado da Petrobrás seria uma fonte de pressão para a sua defesa neste processo e em outros dois no qual é réu, sem falar que diminuiria sua margem de manobra na condução da comissão do processo de impeachment da presidente Dilma Rouseff.

As contas na Suíça com dinheiro da estatal brasileira, foram utilizadas para bancar a estadia de Cunha e família no exterior, uma farra que garantiu acesso aos melhores restaurantes, hotéis de luxo e um padrão de vida que permitia gastar o equivalente a alguns salários mínimos numa simples refeição.

Enquanto o cerco à Cunha vai se fechando lentamente, o reacionário deputado do PMDB, se vê ameaçado naquela que foi sua arma até agora, se utilizar de seu posto e do poder que lhe foi concedido nos joguetes do governo para influenciar setores tão sujos quanto ele e poder se defender das acusações de corrupção das quais já não tem mais como esconder de ninguém. E vê essa ameaça surgir com o peso do martelo do juiz Sérgio Moro e do inescrupuloso "Partido Judiciário". Caso a defesa da família de Cunha não consiga suspender o andamento do processo, vai depender da inclinação de Moro a se utilizar ou não dos mesmos métodos do presidente da Câmara dos Deputados para atingir seus objetivos, ou seja: vai depender do jogo de influência e localização dentro do poder institucional.

Aos trabalhadores não cabe depositar esperanças em Moro como paladino da Justiça nem na saída de um Impeachment levado à frente por Cunha. Ambos são partes estruturantes que servem a este regime podre e não vão largar o osso se não houver uma forte mobilização popular que questione todo o regime e os privilégios de quem se beneficia dele atualmente.




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