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RUMO AO III CONGRESSO NACIONAL DA ANEL | Construir um movimento estudantil para responder as grandes crises nacionais

Jenifer TristanEstudante da UFABC

quinta-feira 28 de maio de 2015 | 09:52

Está chegando o III Congresso Nacional da Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (ANEL), nos próximos dias 04, 05, 06 e 07 de junho. Num cenário político de grandes ataques como as MPs 664 e 665, a aprovação da redução da maior idade penal e as tentativas de se recuperar a “Cura Gay” a juventude aprendeu em junho que somente indo às ruas é possível lutar por um novo futuro.

Nas universidades nunca houve tanta politização. A crise da educação está escancarada com greves de São Paulo à Macapá, com professores estaduais e municipais em greve, indicativo de paralisação dos professores das universidades federais somada as lutas estudantis que vão das universidades públicas contra o desmonte da educação pública e a luta cotidiana nas universidades privadas que sofreram um profundo ataque com metade dos atendidos pelo FIES no ano passado, sem conseguir refazer o cadastro e milhares de jovens que se endividam todos os anos pelas altas mensalidades.

Por outro lado, os estudantes não deixam de ver os profundos ataques que o governo Dilma coloca nas costas dos trabalhadores e da juventude como a mudança do acesso ao seguro desemprego e do direito a pensão, ou projetos reacionários como a redução da maior idade penal, a PL da Terceirização e os enfrentamentos com Eduardo Cunha e a Frente Religiosa no Congresso Nacional contra os direitos das mulheres e dos LGBT.

Nos mesmos dias que ocorrerá o III Congresso Nacional da ANEL também acontecerá o 54° Congresso Nacional da UNE (União Nacional dos Estudantes). Por isso, muitos estudantes se perguntam: para que dois congressos nacionais separados se agora é preciso responder a tantas coisas? O que é ANEL? O que houve com a UNE? Quem são as direções e as oposições de esquerda nestes congressos?

ANEL e UNE: Dois Congressos, para que tarefas?

O processo de reorganização da Juventude que se abriu a partir das gigantescas mobilizações de junho de 2013 ganhou novos contornos frente a enorme polarização social que a profunda crise do governo federal gerou. Nas universidades e nas escolas, começam a se buscar formas de organização não apenas para responder os problemas cotidianos, mas para se contrapor aos ataques do PT sem permitir o fortalecimento da direita.

Só em relação à educação, o governo federal fez um corte de mais de 7 Bilhões de reais - um ataque gigantesco que vai da educação básica até o ensino público e privado nas Universidades. Esse ataque tem gerado greves e mobilizações em todo o país. Enquanto escrevemos esse texto são 6 estados onde os professores estão em greve, sem contar as universidades federais com indicativo para o dia 28 e centenas de lutas nas universidades privadas

Como um congresso controlado pelo PCdoB (agente direto desses ataques) pode responder aos problemas dos estudantes? No início do ano a UNE sentou pelas costas do movimento com o prefeito Haddad, enquanto lutávamos contra o aumento da tarifa, para negociar o passe-livre estudantil para os que tem a carteirinha da UNE. Essa entidade virou um verdadeiro freio das mobilizações e braço direto do governo federal e monopólio de carteirinhas estudantis.

Mesmo a posição de esquerda da UNE, travando várias lutas dentro da entidade, o fato de se manter em uma entidade totalmente engessada pelo PTismo do PCdoB, não permite que levem a frente um programa pró operário, acabam tendo uma postura inconsequente no sentido de colocar de pé uma entidade a serviço da luta de classes, pela sua independência de classe inclusive, convidando estudantes para irem de graça para o CONUNE e nos perguntamos, quem é que paga essa conta?
Não podemos vender os nossos direitos como fizeram a UNE. É necessário um Movimento Estudantil aliado à juventude trabalhadora, que atue de maneira independe dos governos e empresários para arrancar as nossas demandas, e é por isso que hoje construímos a ANEL, mas ela é ainda insuficiente para dar a resposta necessária frente aos ataques que se colocam.

É preciso construir uma terceira via como alternativa de luta. Nem a direita e nem o PT nos representam, é necessário que os estudantes junto aos trabalhadores sejam agente de uma política de classe, que não dê nenhum passo atrás e nem venda nossos direitos.

Construir um Encontro Nacional da Educação para lutar contra os tubarões do Ensino e os governos

Nós da Juventude Às Ruas, que atuamos como oposição dentro da ANEL (Ala majoritária PSTU), vamos para o CONANEL travar uma luta para que saia um chamado de Encontro da Educação para barrar a precarização do ensino, com todos os professores e estudantes em greve e em luta no país, para lutar por uma educação pública gratuita e de qualidade, contra os monopólios que fazem dos nossos direitos uma fonte de lucro, acabar com o vestibular para que todos tenham acesso ao ensino superior, que os terceirizados sejam funcionários efetivos das escolas e universidades e possam ter acesso às salas de aula também. Se lutamos contra o desmonte da educação e os cortes do governo em nossos estados e universidades, então que lutemos juntos com um só punho para barrar os ataques.

Na Fundação Santo André, estamos travando uma luta contra a reitoria que quer precarizar as licenciaturas e a privatizar a universidade. Com as licenciaturas paralisadas a mais de 7 dias, damos importantes passos nas intervenções que extrapolam os muros da FSA, como a defesa dos trabalhadores e do povo negro ser parte da universidade que esteve viva no “Baltimore é aqui! ”. E também a votação de participar do 29M demonstra que não lutamos apenas por nossa educação, mas também para construir uma terceira via baseada na democracia operária e na auto organização dos estudantes e trabalhadores. É para essa batalha que nos preparamos e a partir da luta que chamamos todos os universitários, secundaristas e movimentos de opressão a vir conosco ao III Congresso Nacional da ANEL.




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