Nós, do Movimento Nossa Classe e do jornal Esquerda Diário, nos solidarizamos com as e os professores do Ceará que enfrentaram a burocracia pelega da Apeoc e nos encheu de entusiasmo ver a disposição de luta e os professores organizando por seus direitos. Sua luta é nossa luta! Contem com nossa imprensa e nossas mídias para repercutir e divulgar a luta da educação pública do Ceará!
segunda-feira 8 de abril | Edição do dia
O Movimento Nossa Classe surgiu em 2014 durante a vitoriosa greve dos Garis da Comlurb do Rio de Janeiro, que atropelou a burocracia pelega de seu sindicato e fez ecoar por todo país o grito de “não tem arrego”, expressando que ali estavam os herdeiros da melhor tradição da organização da nossa classe. Uma greve que fez tremer o país e derrotou o governo que estava apoiado pela burocracia sindical.
Desde então, atuamos buscando construir no movimento de trabalhadores uma força que coloque como princípio a independência de classe frente aos governos e os patrões, lutando pela unidade da nossa classe exigindo que as centrais sindicais organizem a luta dos trabalhadores ao mesmo tempo que batalhamos pela auto-organização dos trabalhadores. Em todos os sindicatos que atuamos defendemos que os trabalhadores elejam comandos de greve com delegados eleitos pela base e que tenham mandatos revogáveis, para que a luta seja decidida pelos trabalhadores e a serviço dos seus interesses. Diante da política da Direção da Apeoc fica claro que se a greve fosse conduzida por uma direção democrática que incluísse não só a representação sindical, mas delegados eleitos na base em meio a greve, este tipo de traição pela força não teria como passar. Seria a greve nas mãos dos grevistas.
Somos parte da implacável luta contra a divisão da nossa classe, defendendo a igualdade salarial e de direitos entre negros e brancos, mulheres e homens, trabalhadores estáveis e terceirizados, lutando contra a terceirização e pela efetivação sem necessidade de concurso público dos trabalhadores terceirizados, assim como dos contratados como acontece em relação aos professores temporários e precarizados na educação pública. Isso é parte fundamental de unir a nossa classe.
Vemos o “não tem arrego” dos garis de 2014 se expressar hoje no “aqui quem mandam são os professores” de vocês. A necessidade de retomarmos os sindicatos nas nossas mãos, como nossa ferramenta de luta se coloca com força, para varrer estas burocracias que ficam por anos nas suas cadeiras, afastadas da realidade dos trabalhadores que estão na linha de frente em seus locais de trabalho.
O governo de Frente Ampla de Lula e Alckmin aprovaram o nefasto Arcabouço Fiscal, estrangulando os orçamentos públicos, atacando os salários e os investimentos de serviços básicos para a população, como a educação, a saúde e o transporte. Não é coincidência que estas direções dos sindicatos estejam burocrateadas pelos mesmos partidos de conciliação que estão dentro do governo de frente ampla, como o PT que dirige a CUT, e o PC do B que dirige a CTB. A novidade que vemos é que na Apeoc, junto aos pelegos históricos, está também a Resistência-PSOL, compondo a mesma direção que contratou bate paus contra uma categoria majoritariamente feminina como é a de professores, mostrando sua incapacidade de oferecer qualquer alternativa para aqueles que querem se enfrentar com os governos e patrões, já que se negam a romper com a burocracia e seus governos. Esta política de conciliação é a que fortalece a extrema-direita.
Nós do Movimento Nossa Classe, que atuamos em sete Estados, em diversas categorias, como a de professores, metroviários , bancários, trabalhadores da USP e Unicamp,de operários da construção civil, trabalhadoras terceirizadas da higiene e limpeza, nos solidarizamos com vocês e defendemos sua legítima raiva contra a burocracia que busca aparelhar nossas ferramentas de luta em benefício de seus partidos, que governam para os patrões. A partir do Movimento Nossa Classe e do Esquerda Diário vamos colocar de pé uma campanha nacional em solidariedade ativa a luta de vocês. Contem conosco!
