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Tragédias anunciadas | Apesar de discursos, governo Lula-Alckmim destina somente 3% dos gastos em gestão de desastres para prevenção

Mais um ano se inicia com tempestades e enchentes em estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. A página de humor Sensacionalista viralizou com meme em que diz que as chuvas pegaram autoridades de surpresa pela centésima vez, assim como circularam reportagens antigas demonstrando que há mais de um século as tragédias se repetem e se aprofundam.

segunda-feira 22 de janeiro | 12:50

Em matéria publicada pela Folha de São Paulo [link: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2024/01/so-3-dos-gastos-do-governo-lula-com-gestao-de-desastres-vao-para-prevencao.shtml] afirma-se que apenas R$36 milhões foram investidos pelo governo federal para evitar desastres, enquanto R$1,05 bilhão foi o valor gasto para lidar com suas consequências.

Estes números mostram a hipocrisia dos discursos de Lula. De nada adianta criticar os igualmente responsáveis governadores e prefeitos dos municípios enquanto nada é feito por sua gestão. Aliás, é sempre bom lembrar que os mesmos partidos que gerem os estados e municípios atingidos por chuvas, secas e outros desastres são parte do governo ou pelo menos fazem alianças com ele em busca de votos, “governabilidade” ou para passar ataques aos trabalhadores e à população, como o arcabouço fiscal ou o marco temporal.

Segundo reportagem da Agência Brasil publicada em 27/07/2023:

“Desastres naturais atingiram 93% dos municípios nos últimos 10 anos
Mais de 4,2 milhões de pessoas tiveram de deixar as próprias casa”

Baseada num estudo da Confederação Nacional de Municípios (CNM), a reportagem afirma:

“Entre 2013 e 2022, desastres naturais como tempestades, inundações, enxurradas e alagamentos atingiram 5.199 municípios brasileiros, o que representa 93% do total de 5.570. Nesses casos, os prefeitos tiveram de fazer registros de emergência ou estado de calamidade pública. Esses desastres afetaram a vida de mais de 4,2 milhões de pessoas, que tiveram de abandonar as próprias casas.”

Tudo isso mostra apenas o quanto situações como as vividas atualmente no Sul e no Sudeste não são evitadas porque os governos que se alternam para administrar o Estado simplesmente não se importam com isso de verdade, dizem apenas palavras ao vento nos momentos mais críticos. Lula foi eleito pela esperança de muitos brasileiros em derrotar o reacionarismo de Bolsonaro, que abertamente defendia o latifúndio, o desmatamento e as queimadas enquanto no mundo inteiro as mudanças climáticas, resultados da exploração capitalista do planeta, se mostram mais evidentes e trágicas. Por isso Lula se coloca, principalmente nos discursos internacionais, como o defensor do meio ambiente e da população pobre, mas as atitudes estão longe de acompanhar as palavras

Hoje mesmo, 3 pessoas morreram em São Paulo em decorrência das chuvas, sendo 1 em Sorocaba e 2 em Limeira. Desde o início do ano já foram 9 no estado e há alerta de novas tempestades para este final de semana.

Também no Rio de Janeiro, onde imagens circularam na última semana mostrando vizinhos carregando um homem para salvar sua vida, com as ruas transformadas em rios, 12 pessoas perderam a vida e a previsão é de mais chuvas.

No Rio Grande do Sul a população realizou diversos protestos [link https://www.instagram.com/reel/C2U4Ir9AkLJ/?igsh=Y2dqNXYwNmFrcm51 ] contra a falta de energia e água que se arrastou durante a semana toda após as tempestades que deixaram ao menos um morto e um grande rastro de destruição, e lá também a previsão é de novas tempestades.

Sem enfrentar com uma reforma urbana radical o caos das cidades capitalistas, formadas a partir da exploração da natureza e dos trabalhadores e da especulação imobiliária não é possível esperar o fim das tragédias. Somente com forças-tarefa envolvendo a produção de conhecimento das universidades, e com os trabalhadores de diversas áreas a frente seria possível garantir saneamento básico, moradias seguras e condições de vida dignas pra todos, mas isso só é possível colocando as vidas acima dos lucros e nenhum capitalista nem seus representantes nos governos quer isto. Por isso é só a força da classe trabalhadora organizada, junto a juventude, os povos indígenas, quilombolas e a população das periferias que pode mostrar um caminho.




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