×

RATING BRASIL | A agência Moody’s rebaixa nota da dívida do Brasil

A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou nesta terça-feira a nota da dívida brasileira a longo prazo em moeda estrangeira de "Baa2" para "Baa3", mas mudou a perspectiva da mesma de "negativa" para "estável".

quarta-feira 12 de agosto de 2015 | 00:00

A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou nesta terça-feira a nota da dívida brasileira a longo prazo em moeda estrangeira de "Baa2" para "Baa3", mas mudou a perspectiva da mesma de "negativa" para "estável".

Com o rebaixamento, a qualificação da dívida brasileira está no último degrau dos países com o chamado "grau de investimento", ou seja, considerados como seguros para os investidores.

A Moody’s atribuiu a decisão ao desempenho abaixo do esperado pela economia, à tendência de alta dos gastos públicos e à falta de acordo entre os partidos políticos sobre o ajuste fiscal defendido pelo governo para tentar amenizar a crise.

Dessa forma, a Moody’s seguiu os passos de outras agências de classificação, que também manifestaram dúvidas sobre a capacidade de o Brasil pagar suas dívidas após a decisão do governo, em julho, de reduzir a meta do superávit fiscal deste ano.

Em 28 de julho, a Standard & Poor’s manteve em "BBB-" a nota da dívida do país, mas modificou a perspectiva de "estável" para "negativa", o que permite prever um futuro rebaixamento.

Com a decisão, a S&P praticamente afirmou que o Brasil está prestes a perder a condição de país com "grau de investimento", já que a "BBB-" é a última nota para os países considerados seguros.

A Fitch, única que mantém a qualificação do país dois degraus acima do nível de "grau de investimento", também manifestou a decisão de revisar a nota brasileira após o anúncio do governo de reduzir a meta para o superávit fiscal deste ano de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) para apenas 0,15%.

As agências de classificação têm dúvidas se o Congresso aprovará o ajuste fiscal anunciado pela presidente Dilma Rousseff. O pacote encontra resistência entre a base aliada e inclusive dentro do próprio PT, agravando a crise econômica.

Segundo a Moody’s, a demora na aprovação do ajuste impede que as autoridades "consigam superávits primários elevados o suficiente para conter e reverter à tendência do aumento da dívida deste e do próximo ano".

A agência também cita como motivo do rebaixamento o escândalo de corrupção na Petrobras.

"O uso da capacidade (instalada), a baixa confiança dos empresários e os efeitos (do escândalo) da Petrobras afetarão negativamente as perspectivas de investimento neste e no próximo ano", indicou a Moody’s.

Os apelos do ministro Joaquim Levy, que leva adiante o ajuste fiscal de Dilma e do PT, para que o Congresso colabore na votação dos ajustes necessários, tem como preocupação o movimento negativo das agências de qualificação da dívida, que enxergam problemas de articulação entre o Executivo e o Congresso.

As federações patronais de SP e do RJ, FIESP e FIRJAN, anunciaram publicamente na semana passada o apoio das indústrias e dos empresários ao discurso de "unidade" do vice-presidente Michel Temer, em defesa da "governabilidade" petista para os ajustes. Esta defesa de Dilma pelas empresas mostra o grau de ataques que o PT está disposto a fazer contra os trabalhadores.

EFE




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias