×

Genocídio sionista | Tribunal Internacional de Haia ordena que Israel permita entrada de alimentos em Gaza

O tribunal internacional, parte da ONU, ordenou por unanimidade que o Estado de Israel "permita o acesso desimpedido de ajuda alimentar a Gaza". A decisão, que é tecnicamente vinculativa, foi tomada depois que o governo de Netanyahu disse que não está bloqueando o fornecimento de ajuda à Faixa de Gaza. Israel continua seu genocídio, agora com a arma da fome, contra a população palestina.

segunda-feira 1º de abril | Edição do dia

O mesmo tribunal (Corte Interamericana de Justiça - CIJ) emitiu uma decisão em janeiro sobre a acusação da África do Sul de que Israel está cometendo genocídio na Faixa de Gaza, afirmando que essa acusação demonstrava a natureza plausível do "risco" de atos genocidas, enquanto já denunciava "a crise humanitária em Gaza". Ambas as decisões são supostamente obrigatórias, mas, na prática, Israel pode não segui-las.

Os juízes foram unânimes em afirmar que os palestinos em Gaza enfrentam uma piora nas condições de vida e que a fome e a inanição estão se espalhando: "o tribunal observa que os palestinos em Gaza não apenas enfrentam o risco de inanição, mas que a inanição está começando".

A CIJ também ordena que Israel garanta "que suas forças armadas não cometam atos que constituam uma violação de qualquer um dos direitos dos palestinos em Gaza como um grupo protegido sob a convenção sobre a prevenção e punição do crime de genocídio, inclusive impedindo, por qualquer ação, a entrega da assistência humanitária urgentemente necessária".

Essa decisão está alinhada com a resolução do Conselho de Segurança da ONU que, na segunda-feira, 25 de março, votou a favor de um "cessar-fogo imediato" durante o mês sagrado muçulmano do Ramadã, juntamente com um pedido de libertação dos reféns mantidos em Gaza.

O voto afirmativo do Conselho de Segurança deveu-se ao fato de que, pela primeira vez, os EUA não usaram seu veto, mas se abstiveram. Depois de quase cinco meses de ataque de Israel à Faixa de Gaza (que logo se transformou em um verdadeiro genocídio), e depois que o imperialismo norte-americano vetou três tentativas de declaração de um "cessar-fogo", a mudança no governo Biden tem a ver, por um lado, com o movimento - especialmente o movimento da juventude - nos EUA que surgiu em favor da Palestina, contra o genocídio. Um movimento que vem denunciando nas ruas o apoio irrestrito a Israel, a ponto de chamar Biden de "Joe genocida". Isso implica uma crise para o Partido Democrata em um ano eleitoral. Por outro lado, a guerra na Ucrânia, que apesar de toda a ajuda militar da OTAN - liderada sobretudo pelos Estados Unidos - começa a deixar cada vez mais claro que há poucas chances de um avanço ucraniano significativo sobre a Rússia, o que deixa Biden com muitas dificuldades para demonstrar uma liderança à altura de um conflito desse tipo. A corrida armamentista dos principais países imperialistas europeus também é um reflexo dessa crise de hegemonia dos EUA. Tudo isso em meio à competição estratégica com a China, que fortaleceu seus laços com a Rússia para criar um bloco "antiocidental".

A estagnação do crescimento da economia mundial está na raiz de todas essas crises.

Essas são as principais razões para a mudança na "diplomacia" dos EUA em face de um Israel que, com o genocídio do povo de Gaza e seu crescente isolamento internacional (para o qual as enormes mobilizações europeias e norte-americanas estão contribuindo enormemente), está se tornando disfuncional para seus interesses.

Essa decisão da CIJ - que, portanto, ainda é uma instituição do imperialismo - também está enraizada nesses motivos. Mas, ao mesmo tempo, representa outro golpe para Netanyahu e sua coalizão de extrema direita.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias