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CHINA | Queda no mercado de ações da China

quinta-feira 9 de julho de 2015 | 12:16

No dia 07/07 a revista The Economist, um dos órgãos centrais do imperialismo britânico, publicou em sua página na web matéria sobre “Queda no mercado de ações da China”.

A revista aponta que apesar da queda nas ações nas bolsas chinesas a situação não parece ser desesperada. Mesmo com a queda, os índices da bolsa voltaram a patamares análogos aos de março e representam 80% em relação a sua valorização do ano passado, e que o crescimento, embora mais lento, estabilizou recentemente. As taxas do mercado monetário são baixas e estáveis, sugerindo calma no setor bancário. A correção antecipada das ações sobrevalorizadas não parece ser motivo de muita angústia.

A intervenção do estado chinês, no entanto, beirou o pânico, ainda segundo a revista britânica. O semanário anuncia o que chama de espetáculo de ações cada vez mais drásticas para salvar os mercados. O governo suspendeu as ofertas públicas iniciais, limitando a oferta de ações para elevar os preços das já listadas. Corretores criaram um fundo para comprar ações, apoiadas por dinheiro do banco central, ao mesmo tempo que a mídia estatal faz campanha pela reanimação da bolsa. No entanto, longe de ajudar na recuperação das bolsas essas ações governamentais ajudaram a afundar ainda mais o mercado. O CSI 300, um índice das maiores empresas da China, caiu quase 10% ao longo de sete dias de negociação após o corte da taxa. ChiNext, um índice de empresas de alto crescimento que é frequentemente descrito como Nasdaq da China, caiu em 25%.

O fato é que as bolsas chinesas encontram-se em queda livre. A bolsa de Xangai caiu mais de 30% desde 12 de junho. A bolsa de Hong Kong fecha com uma queda de 5,84% em um cenário de pânico no mercado chinês. O mercado de ações da China registra fortes queda e ameaça uma crise financeira, que tende a atingir a economia mundial. Nesta terça-feira 173 empresas com ações listadas nas Bolsas de Xangai e Shenzhen cortaram a negociação de seus papéis, totalizando 940 empresas que correspondem à US$ 1,4 trilhão em volume financeiro.

Por trás das aparências, o que de fato se coloca é que a crise nos mercados chineses acende mais uma luz amarela para o conjunto da economia mundial e que, as razões de fundo para essa desvalorização dos ativos chineses passa pelo baixo crescimento da economia das grandes potencias capitalistas (grandes consumidores dos produtos chineses) que está reduzindo a taxa anual de crescimento da produção industrial chinesa.

A questão agora é saber como vão se desenvolver as reformas liberalizantes, se aprofundarão ou com o desenvolvimento das contradições e os cada vez maiores sinais de sobre acumulação a burocracia estatal dará uma volta-face e aumentará a participação estatal na economia?

Desaceleração da economia chinesa, ‘’pouso suave” ou “pouso forçado”?

Essa é a questão que se fazem agora todos os capitalistas, com expectante angústia. As demonstrações de que a China deixa de ser um oásis de crescimento num mundo capitalista em crise são cada vez mais evidentes; o gigante asiático passa a entrar cada vez mais na espiral da crise capitalista mundial (a partir de seus patamares, claro, de um país com taxas de crescimento surpreendentes). O país continuará crescendo, inclusive a taxas que seriam comemoradas fortemente em qualquer outro país do mundo (esse ano o crescimento do PIB chinês deves ser entre 6,5 e 7%), mas que nas proporções do país já podem começar a gerar graves crises sociais, pois essa é a taxa limite de crescimento que permite a economia chinesa absorver o enorme contingente populacional que migra do campo para as cidades todos os anos.

Uma desaceleração abrupta da economia chinesa, um pouso forçado, pode ser um grande baque para uma economia mundial já bambeante e que enfrenta nesse momento todas as contradições da crise grega. Hoje, o minério de ferro, o óleo bruto brasileiro e a soja representam as principais pautas de exportação do Brasil, sendo a China a principal importadora desses produtos. A desaceleração chinesa aprofundaria a queda dos preços das principais commodities do Brasil, a cotação do minério de ferro já cai a 11%, desestabilizando a balança comercial. Um cenário que pode ajudar a aprofundar ainda mais a crise econômica, e as medidas de austeridade aplicadas pelo governo do PT contra os trabalhadores.

Mesmo um cenário mais benigno, um “pouso suave”, poderia ser uma má notícia, frente ao fato de que deixaria de existir a principal contra tendência para o aprofundamento da crise capitalista.

Enfim, ao que parece, todos os cenários mais plausíveis parecem apontar para um aprofundamento das contradições da economia mundial.


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Economia



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