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ESQUERDA EM DEBATE | PSOL realizou debate sobre a situação nacional e os desafios da esquerda

Em breve estarão a disposição os vídeos das intervenções

domingo 26 de julho de 2015 | 01:01

No dia 25 de julho ocorreu no prédio da Assembleia Legislativa de São Paulo o debate intitulado “Brasil em crise: a saída é pela Esquerda”, com a presença de Plínio de Arruda Sampaio Jr, professor da Unicamp, Ruy Braga, professor da USP e a companheira Luciana Genro, candidata a presidente em 2014 pelo PSOL. Organizaram a atividade os deputados estaduais Carlos Giannazi e Raul Marcelo, ambos do PSOL. Centenas de militantes, ativistas e jovens estiveram presentes, apesar da chuva e do frio que marcou essa tarde de sábado, para discutir as transformações pelas quais a situação política do país está passando, e qual a resposta que a esquerda deve dar.

Após uma fala de apresentação do debate, e de uma breve contextualização feita por Gianazzi dobre os ataques que a Educação e os professores estão sofrendo, o debate foi aberto com uma fala de Plínio de Arruda Sampaio Jr. O professor da Unicamp e fundador do PSOL destacou em primeiro lugar que em um momento de aceleração da crise das bases sociais que sustentou o petismo, o PSOL deve emergir como um polo aglutinador de todas as forças da esquerda. Nesse mesmo sentido, assinalou como hoje está colocado “abandonar a pequena política” para que dessa maneira o PSOL possa emergir como uma alternativa socialista frente a trabalhadores e jovens que atualmente estão deixando de apoiar o PT.

Após essas considerações, Plínio detalhou como a crise capitalista que atinge o Brasil nacionalmente é indissociável da crise que assola o mundo. Mas que ela golpeia de formas distintas hoje os países centrais, que como os Estados Unidos exportaram e expandiram a crise, o que no último período levou a uma diferenciação muito maior entre as nações ricas e os países como o Brasil. Dessa forma, o Brasil que até pouco era comemorado como uma nova potência, estaria diante do corrosão do crescimento que sustentou a dominação petista das últimas décadas. E que frente a isso, a receita encontrada pelo governo Dilma era fazer com o que a crise seja descarregada nos ombros da classe trabalhadora e dos jovens, materializada nos ajustes econômicos. “Nós sabemos que o governo mente quando diz que os ajustes criarão as bases para que o país volte a crescer. Criarão apenas uma deterioração das condições de vida da população. Mas os trabalhadores não sabem. É preciso que saibam.”, afirmou.

Ruy Braga, entre outras questões, ressaltou como o período de passividade da dominação petista anterior chegou ao fim. De que em junho de 2013 se expressou essa mudança, que combinou-se com a maior quantidade de greves do país na história recente, com mais de 2100 greves naquele ano. Portanto, os tempos da política se aceleram e assumem uma urgência maior. Como contradição, destacou que o avanço da precarização do trabalho, ao lado da ameaça crescente de desemprego, que cada vez mais assola o país, é uma via de disciplinar o trabalhador para impedi-lo de lutar. E que haveria que avançar para transformar os sindicatos, já que atualmente uma ampla parcela desses estariam marcados por uma prática sindical burocrática e desconectada com a base.

Luciana Genro, entre outras questões, fez uma intervenção que partiu de assinalar que o PSOL deve aprofundar seu caráter de polo alternativo da esquerda. Que haveria que dialogar com os setores de esquerda, enquanto não se pode ter uma postura vacilante em relação ao governo e ao PT. Afirmou que a crise do governo Dilma se dá em grande parte porque durante a campanha eleitoral ela combateu o programa de Aécio, e agora aplica as mesmas políticas.

Destacou também como há diversas movimentações no Brasil e no mundo, que indicam essa nova etapa em que os partidos tradicionais entram em crise. No Brasil o maior ponto de inflexão foi junho, enquanto internacionalmente foi a situação grega. Após a intervenção do plenário que colocaram a situação da Grécia e a aceitação por Tsipras do pacote apresentado pela troika, Luciana Genro afirmou “a situação da Grécia é mais complexa. Tsipras cometeu o erro de achar que a União Europeia faria concessões à Grécia. Mas no Syriza há um setor como Varoufakis e Kouvelakis que não aceitaram o acordo, e Tsipras não é o Lula, que traiu e chegou ao poder fazendo tudo ao contrário do que dizia”.

Plininho de Arruda Sampaio reafirma apoio à entrada do MRT no PSOL

Após uma breve rodada de intervenções do plenário, Plininho de Arruda Sampaio reafirmou a orientação estratégica de que o PSOL deve ampliar sua esfera de influência na esquerda. E que hoje para concretizar essa necessidade, o PSOL deveria ser “generoso com a esquerda, com os revolucionários, e duros com os oportunistas”.

Em seguida concluiu essa definição reafirmando que “temos que estar a favor da entrada do MRT....Alguns argumentam que eles são ’complicados’, mas ninguém aqui é simples... Precisamos ter cuidado com os oportunistas, que virão atrás do partido com objetivos meramente eleitorais. Mas os lutadores e revolucionários devem estar no PSOL".

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