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ASSÉDIO SEXUAL NOS TRENS | Mulheres realizam protesto contra caso chocante de assédio no Metrô

Nesta segunda-feira, dia 31/08, aconteceu um ato contra os casos de abuso sexual que vêm ocorrendo dentro dos trens do Metrô de São Paulo. O protesto ocorreu na Estação República e foi organizado por diversos coletivos de mulheres feministas da cidade de São Paulo.

quinta-feira 3 de setembro de 2015 | 03:15

Nesta segunda-feira, dia 31/08, aconteceu um ato contra os casos de abuso sexual que vêm ocorrendo dentro dos trens do Metrô de São Paulo. O protesto ocorreu na Estação República e foi organizado por diversos coletivos de mulheres feministas da cidade de São Paulo. A ação teve muito apoio pela internet e a das organizadoras ideia é que se faça sempre uma ação de protesto quando vier a publico algum caso de assédio sexual no transporte público.

Nesta segunda-feira, dia 31/08, aconteceu um ato contra os casos de abuso sexual que vêm ocorrendo dentro dos trens do Metrô de São Paulo. O protesto ocorreu na Estação República por volta das 18h, durante o horário de pico, e foi organizado por diversos coletivos de mulheres feministas da cidade de São Paulo.

A Secretaria de Mulheres do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, o Grupo de Mulheres Pão e Rosas, o Movimento Mulheres em Luta, entre outros, estiveram presentes no ato.

Esta ação teve muito apoio pela internet e também foi a maior desde que se começou a organizar protestos contra as denúncias de assédio e machismo no Metrô.

Segundo o manifesto divulgado nas redes sociais pelas organizadoras, a ideia é que se faça sempre uma ação de protesto quando vier a publico algum caso de abuso sexual no transporte público, particularmente no Metrô de São Paulo.

O ato desta segunda-feira ocorreu devido a uma denúncia feita na semana passada com um relato de assédio dentro dos trens publicado por Facebook, que chocou a todos. Uma garota de 16 anos estava sendo assediada dentro do trem e quando questionou o assediador teve que ouvir dos outros passageiros frases como "estupra pra ela saber o que é encoxada de verdade! ". A mulher que acompanhou o caso e relatou pelas redes sociais também declara negligência na atuação dos metroviários.

Sobre o fato, o Metrô disse que não encontrou nenhuma imagem ou registro que o comprove que existiu o assédio e nem a atuação do metroviário.

O Metrô de São Paulo lançou recentemente a campanha, voltada para as usuárias, "Você não está sozinha", fazendo menção ao fato de que os seguranças, os agentes de estação e os outros passageiros estariam sempre presentes para acompanhar os casos de assédio. A campanha ainda orienta que as usuárias denunciem os abusos por meio do SMS Denúncia da empresa.

Para os trabalhadores, a Companhia fez uma cartilha de orientação de como proceder nos casos de abuso sexual, entretanto apenas em algumas estações os trabalhadores tiveram acesso a este material.

Além disso, as trabalhadoras da categoria acreditam que é insuficiente, porque não há treinamento para os trabalhadores e não há nenhuma medida que se possa ser encaminhada como por exemplo atendimento psicológico para a vítima, disponibilização de uma troca de roupa para esse tipo de caso, etc.

"É fato que a categoria possui diversos problemas, inclusive de machismo, como em toda sociedade. A questão é que poucos trabalhadores do Metro possuem treinamento, o que é totalmente insuficiente perante o aumento quantitativo de usuários nos últimos anos" diz Fernanda Peluci que é metroviária, demitida política e integrante do grupo de mulheres Pão e Rosas.

A Companhia do Metropolitano de São Paulo e o Estado permanece conivente com os casos ao não divulgar publicamente os dados do número de mulheres que sofreram abuso nos transporte público, permanecendo invisível esses tipos de caso.

"Este ato foi uma primeira ação para não deixar passar esse caso absurdo de machismo. Mas é preciso pensarmos medidas concretas para combater os casos de abuso sexual dentro dos trens do Metrô de São Paulo como, por exemplo, levar a frente as medidas que tiramos no Encontro de Mulheres da categoria. O atestado e auxílio psicológico em casos de abuso fornecidos pelo Metrô, para que a mulher não tenha que voltar para o trabalho depois do que sofreu. A disponibilização de uma troca de roupa. E o aumento do efetivo de funcionários, com treinamento para os mesmos" diz Marília Rocha, metroviária e integrante do grupo de mulheres Pão e Rosas.

"Mas ao mesmo tempo, sabemos que muitos desses casos, que são culpa dos abusadores, acontecem com essa frequência devido a situação de superlotação do transporte público, é urgente a implantação de um plano de expansão estatal, e não privatizado, da malha metroviária na cidade de São Paulo", complementa a metroviária.

Após a repercussão do ato desta segunda-feira, principalmente pelo apoio da população pelas redes sociais, o Metrô de São Paulo decidiu chamar uma reunião com os grupos de mulheres e a Secretaria de Mulheres do Sindicato para debater os casos recentes de abuso sexual. A reunião ainda será marcada para os próximos dias.




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