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MILITARIZAÇÃO OAXACA | Gabino Cué e o governo federal querem militarizar Oaxaca no México

Tania VonkiMéxico, D.F.

sexta-feira 21 de agosto de 2015 | 23:22

O governador de Oaxaca, México, Gabino Cué pediu o apoio de elementos do exército, das forças aéreas e armadas em Oaxaca para que patrulhem o estado no marco de regresso às aulas, à desaparição do IEEPO e implementação da reforma na educação.

A tensão entre o governo e o magistério no Estado de Oaxaca só aumenta depois da reforma no Instituto Estatal de Educação Pública de Oaxaca (IEEPO) que, deixa ao governo o controle do instituto e enfraquece a liderança da seção 22 da Coordenadoria Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE). Encheram o estado de militares desde o último 7 de junho, dia em que se deram as eleições.

Se fez público um documento emitido pelo governador deste estado, Gabino Cué Monteagudo, em que solicita aos poderes da União a intervenção das forças armadas, exército e força aérea para manter longe as possíveis manifestações na entidade.

Esta medida vai contra os professores da CNTE e busca amedrontar ante a proposta de greve nacional da educação que vai contra a reforma desta e também depois da destruição do IEEPO no último 20 de julho, que deixa fora 300 professores da seção 22 que teriam postos de comando no instituto. Mas também significa um grande golpe contra o magistério nacional pela ameaça de imposição da reforma que mina os direitos trabalhistas dos docentes e, em última instância, é um atentado aos direitos sociais, já que a reforma na educação é um passo para a privatização da educação no México.

O papel do exército e da polícia é amedrontar o protesto social e reprimir aos trabalhadores e aos setores populares que quetionam os planos neoliberais do governo e o imperialismo estadunidense, cujo eixo constitui hoje as reformas estruturais.

Já desde as marchas contra o desaparecimento do IEEPO, encabeçadas por milhares de docentes, pais de família e a sociedade em geral, polícias federais e estatais, assim como elementos da gendarmeria nacional se encarregaram de vigiar a instituição e as ruas.

O governo de Gabino Cué se associa com Peña Nieto no que tange à militarização, amedrontamento e ataque contra o magistério. Agora mostra, cada vez mais, que longe de ser um governo, como propunha no começo de seu mandato que defenderia a população, está alinhado aos planos contra a educação e se apressa a reprimir a resistência do magistério contra a reforma educacional.

Ao governo de Peña Nieto e de Monteagudo parece absolutamente não se importar com as recomendações e chamadas de atenção provenientes dos organismos internacionais de direitos humanos, que colocam o México como um dos países onde a violação de tais direitos por parte do exécito e elementos de segurança pública é imenso e só aumenta.

A presença militar nas ruas, junto com casos de tortura, a violência contra as mulheres, as execuções extrajudiciais e os desaparecimentos forçados são alguns dos casos mais preocupantes dentro das violações aos direitos humanos no país.

O amendrontamento que o governo federal e estatal pretendem impor com a militarização de Oaxaca é uma ameaça contra quem pretenda se mobilizar em repúdio às reformas estruturais, significa um avanço do autoritarismo que não aceita a resistência às decisões do governo que deveria estar a serviço do povo.

Vários setores em luta e do magistério tem se manifestado contra esta medida repressiva. É necessário apoiar o chamado do CNTE a impulsionar a luta nacional para eliminar as reformas estruturais que já foram aprovadas e impedir que continue a violação aos direitos da população.

É imprescindível que as organizações sindicais, e em primeiro lugar aquelas que se dizem de oposição, como a União Nacional dos Trabalhadores e a Nova Central de Trabalhadores, se pronunciem contra a militarização de Oaxaca e o ataque, que buscam oprimir a seção 22. É necessário que levem a cabo medidas efetivas, como mobilizações e a preparação de uma greve nacional em solidariedade ao magistério -contra a reforma da educação e contra a avaliação punitiva- e em particular com a seção 22 que está sendo atacada pelo governo federal e de Cué.

Tradução por Raíssa Campachi




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