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UNIVERSIDADE | DCE da USP e estudantes se somam à luta dos trabalhadores e convocam ato nesta terça-feira

segunda-feira 5 de outubro de 2015 | 19:39

Há uma semana a Prefeitura do Campus da USP, unidade operacional da universidade responsável pela manutenção de toda a infraestrutura, entrou em greve contra a implementação do seu completo desmonte pela Reitoria. Desde o início de sua gestão como Reitor, Marco Antonio Zago vem implementando uma série de cortes e medidas, apoiados em uma suposta crise orçamentária, como a tentativa de desvinculação dos Hospitais Universitário, a demissão de mais de 1.800 funcionários através do PIDV e outras, congelamento das contratações de funcionários e professores, retirada de bolsas de permanência estudantil, fechamento de bandejões e das vagas nas creches, mudança no regime de contratação dos professores, entre outras medidas que configuram um desmonte do conjunto da Universidade.

O objetivo de Zago é precarizar para abrir as portas definitivamente para a privatização e a terceirização, e para isso Zago declarou que é preciso "acabar com a cultura de sindicalismo na universidade", ou seja, acabar com a resistência do movimento de estudantes, professores, e principalmente, dos trabalhadores. Por isso um dos principais ataques está se dando na Prefeitura do Campus, histórico polo de resistência da categoria dos funcionários, unidade linha de frente em todas as greves protagonizadas contra o projeto da Reitoria.

Os estudantes, após a realização de seu XII Congresso que terminou neste domingo, entraram de vez na luta em defesa dos trabalhadores da Prefeitura do Campus. Durante os quatro dias de Congresso, que contou com um contundente chamado dos trabalhadores a uma luta unificada, muito foi debatido sobre o projeto de desmonte que avança a passos largos, e a necessidade de fazer vencer a greve dos trabalhadores da Prefeitura como um ponto de partida para erguer uma mobilização unificada em toda a Universidade de São Paulo, à altura de barrar os planos do Reitor Zago e em defesa da Universidade Pública.

A greve da Prefeitura é na realidade uma greve em defesa de toda a Universidade, e é o ponto de partida do calendário de lutas votado pelo conjunto dos delegados de base presentes, que preparam um grande dia de mobilização no dia 15 de Outubro. Nós da Juventude ÀS RUAS levamos como centro de nossa luta política a aprovação desse calendário de luta, buscando girar o Congresso para sair com uma orientação concreta a ser colocada em prática, superando o rotineirismo que as direções do movimento estudantil perpetuam, por uma nova tradição que coloque o movimento contundentemente ao lado dos trabalhadores e contra a burocracia e o regime universitário que implementam os planos dos empresários na USP. Intervimos no Congresso com essa exigência e para nós o piquete de hoje deve ser o primeiro passo dessa nova tradição.

Dezenas de estudantes independentes, diretores do DCE, de centros acadêmicos como o da Psicologia e o da ECA, estiveram presentes hoje no piquete às 5:30h da manhã na porta da Prefeitura do Campus na defesa da unidade, contra a repressão que a Reitoria está impondo ameaçando o corte de ponto. Os diretores das três forças políticas que compõem o DCE fizeram desde o piquete um importante chamado a todos os estudantes, com duas principais ações de luta: o ato nesta terça-feira durante a negociação dos trabalhadores com a Reitoria, às 10h em frente à Velha Reitoria e a construção em cada curso da paralisação geral do dia 15.

A estudante que foi delegada pelo curso de Psicologia, Denise, também esteve presente no piquete e declarou que "Em resposta ao chamado feito pela categoria no congresso dos estudantes da USP, dissemos não ao desmonte em curso na universidade. A nossa resposta concretizada na forma de piquete em frente à PUSP desde as 5h30 é um recado a toda reitoria: não vai passar o desmonte nem aqui na Prefeitura nem em qualquer unidade da USP! Não vai ter privatização, não vai ter sucateamento, não vai ter corte de ponto, não vai passar qualquer forma de repressão aos que lutam pelo direito aos postos de trabalho e da educação totalmente pública e de qualidade nessa universidade"




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