segunda-feira 19 de fevereiro de 2018 | Edição do dia
A manifestação de São Paulo contra a reforma da previdência foi a expressão da potencialidade e da disposição de luta dos trabalhadores por um lado. Por outro demonstrou a traição das centrais sindicais como Força Sindical e a UGT, que não mobilizaram e abortaram paralisações previamente votadas, com nenhuma luta dada pela CUT contra isso. Dessa maneira, o que se expressou foi a traição por parte daquelas centrais combinada à estratégia de desgaste da CUT, que impede que os trabalhadores se organizem a partir das bases para realizar uma verdadeira greve nacional capaz de barrar os ataques.
Somente se os trabalhadores organizam-se em cada local de estudo, e realizam uma greve geral de fato é que se poderia constituir a força necessária para barrar de vez a reforma da previdência, revogar a trabalhista, e ainda combater a absurda intervenção federal de Temer no Rio de Janeiro, bem como o sequestro do direito dos trabalhadores de decidirem em quem votar imposto pelo Judiciário. E isso passou longe dos objetivos da CUT. Nem falar da Força Sindical e da UGT que diretamente traíram suas bases. Isso fez com que amplos setores de trabalhadores que poderiam estar nessa manifestação, e na jornada de luta de todo o dia, não estivessem, ainda que o ato reuniu milhares de pessoas e fechou autores duas vias da Av. Paulista.
Bloco Movimento Nossa Classe, a Faísca e o Esquerda Diário no ato contra a reforma da Previdência na Av. Paulista, em São Paulo
Nesse cenário, os professores municipais que votaram greve para iniciar no dia 8 de março deram um exemplo. Chegando ao ato com mais de 7 mil professores em luta, indicaram o caminho que deve ser seguido e aprofundado para impor que as centrais rompam suas adaptações ou traições, e convoquem uma verdadeira greve geral a partir das bases para dar uma saída dos trabalhadores à situação nacional.
O Movimento Nossa Classe, a Faísca e o Esquerda Diário atuaram ativamente nas paralisações e na manifestação de professores e da Av. Paulista. Constituindo um bloco vivo composto por metroviários, bancários, professores estaduais e professores municipais em greve, trabalhadores da USP dentre outras categorias, além de uma coluna de jovens expressou fortemente essa perspectiva, pela qual continuará batalhando em cada local de trabalho e estudo em que está presente, e nesse Esquerda Diário.