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Crise no Peru | Aproximadamente 20 mortos pela repressão do governo golpista peruano contra os protestos em Juliaca

Nesta segunda-feira, uma violenta repressão aos protestos contra o governo golpista da presidente Dina Boluarte (apoiada por Lula) deixou pelo menos 12 mortos na região de Juliaca.

terça-feira 10 de janeiro de 2023 | Edição do dia

A região viveu um novo dia de greve por tempo indeterminado no âmbito das ações de protesto, que foram retomadas em 4 de janeiro, contra o governo golpista de Dina Boluart, que assumiu a presidência após o golpe parlamentar que depôs Pedro Castillo no início de dezembro.

Leia também: Todo apoio à luta do povo peruano contra o governo golpista de Boluarte, apoiado por Lula!

Esta nova etapa nos protestos populares foi aprovada na Macro Assembleia Regional Sul, realizada na cidade de Arequipa, da qual participaram líderes e representantes de regiões como Puno, Moquegua, Cusco, Apurímac, Andahuaylas e Madre de Dios e Arequipa, regiões onde os protestos sociais atingiram maior força.

Neste segundo momento das lutas sociais contra o governo de Boluarte, as ações mais fortes e dinâmicas estão ocorrendo na região sul do país, especialmente no departamento serrano de Puno, que se caracteriza por seus altos índices de pobreza aprofundada pelos diferentes governos neoliberais.

Juliaca é uma cidade localizada nessa região, e já na última sexta-feira houve uma forte repressão contra os manifestantes por parte das forças repressivas da polícia nacional e do Exército, especialmente nas proximidades do Aeroporto Internacional Inca Manco Cápac, quando os manifestantes tentaram apoderar-se das instalações do referido aeroporto.

Nesta segunda-feira, o número de pessoas mortas pela repressão continua crescendo. A Promotoria de Justiça do Peru informou a morte de 9 pessoas, mas vários meios de comunicação informam pelo menos 12 e fontes da mídia alternativa falam de dezenas de mortes, o que confirmaria um verdadeiro massacre.

O governo golpista de Dina Boluarte continua sua política de "braço-forte" contra os manifestantes e, longe de pensar em renunciar, o que o Executivo faz é estreitar o relacionamento com os setores das Forças Armadas e da Polícia, além de buscar aumentar suas ligações com o grande capital e com setores da direita e da extrema direita no parlamento. É nesses setores reacionários que o governo Boluarte se sustenta fundamentalmente e é, junto com eles, e com a repressão aberta aos manifestantes.

Diante disso, cresce o descontentamento e a deslegitimação do governo, principalmente nas regiões mais pobres do interior do país. Por isso, e para além de tréguas momentâneas, acreditamos que os conflitos e protestos sociais vão continuar, expressando-se de diversas formas e com diferentes ênfases. Nesse entendimento, é muito importante construir espaços de articulação dos diferentes setores que estão na luta para dar vida a um Comando Unitário de Luta a partir daí enfrentar o governo direitista e repressor de Boluarte e a partir daí também lutar para impor uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana que nos permita acabar com o desastroso regime de 1993 herdado pelo governo ditatorial de Alberto Fujimori.

Veja também: Apoio à luta contra o Golpe no Peru e abaixo a repressão




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