A votação para aceitar ou não o piso decorre de uma absurda decisão do STF que condiciona a implementação da medida a acordos coletivos entre patrões e trabalhadores e que devem passar por deliberações em cada sindicato na iniciativa privada. Um verdadeiro ataque do judiciário à categoria, que os expõe a situações como a de acima, onde os trabalhadores são humilhados e seus empregos ameaçados. Isso é mais uma prova de que a justiça tem lado, e é o lado dos empresários e aqueles que atacam a classe trabalhadora.

Foi o setor privado que atuou junto ao STF para travar a aprovação do piso, enquanto os trabalhadores, que são maioria de mulheres e negros, eram pressionados a não aderirem a greve sob o risco de serem descontados ou perderem o emprego. Além disso, agora utilizam da terceirização, garantida pela lei burguesa, como mecanismo de chantagem para que a categoria não aceite o piso.

Esse cenário absurdo acontece ao mesmo tempo que o governo de frente ampla de Lula/Alckmin concilia com os tubarões da saúde, com Lula sentando com empresários da Rede D’or para negociar, e avança com seus próprios ataques à saúde pública, como através do Arcabouço Fiscal, um novo teto de gastos que certamente significará mais cortes à saúde e pode inviabilizar o pagamento do piso e restringir contratações no SUS. Enquanto isso, os barões da Unimed lucraram cerca de R$ 55 milhões só em 2022, através de mensalidades absurdas, estruturas hospitalares muito aquém, super exploração dos trabalhadores e da terceirização e precarização desses profissionais.

É necessário unificar a categoria entre terceirizados, concursados, trabalhadores de fundações privadas, além de um forte apoio de outras categorias de trabalhadores, através de suas entidades, pois um ataque desse, que busca retirar uma demanda arrancada pelos trabalhadores após meses de luta, demonstra como somente a organização e a mobilização dos trabalhadores que pode garantir qualquer conquista.