No início desse mês, voltavam as aulas os mais de 500 mil alunos da Rede Estadual de Pernambuco. Para que isso fosse possível, foi necessário não apenas o retorno dos professores e o trabalho administrativo das escolas, mas também a limpeza, a manutenção e a merenda escolar para os alunos - dentre outros serviços - garantido por milhares de trabalhadores terceirizados.

Esses trabalhadores terceirizados, apesar de terem realizado um trabalho indispensável para garantir a volta às aulas, estão sem receber seu salário durante esse ano graças ao governo Raquel Lyra e as patronais das empresas terceirizadas. No caso de serviços como limpeza e merenda, são majoritariamente feito por mulheres negras, mostrando como Raquel Lyra - proveniente de uma oligarquia do estado, não é uma aliada das mulheres trabalhadoras.

A terceirização é uma forma brutal de precarização do trabalho, que retira direitos elementares e abaixa os salários, além de que muitas vezes os trabalhadores tem de viver com atrasos constantes, quando não diretamente o calote das empresas, com medo de perderem seus empregos caso reclamem de alguma coisa. Além disso, cria uma divisão entre os trabalhadores no próprio local de trabalho. Por isso, exigimos desde já o pagamento imediato do salário, inserida numa luta pelo fim da terceirização, com a efetivação dos terceirizados sem concurso.

Depois do enorme aumento desse tipo de trabalho nos governos petistas, a terceirização deu um salto nos governos Temer e Bolsonaro, com a lei de terceirização, que libera a mesma também para atividades-fim. Além disso, atinge com muita força as mulheres, principalmente as mulheres negras, por isso acreditamos que essa também deveria ser uma bandeira desse 8 de março.