Membros da comunidade científica brasileira apresentaram nessa terça-feira (11/07) um quadro da situação da pesquisa científica no Brasil, depois de um corte orçamentário na área que em 2017 se sentiu com 44% a menos de investimento estatal. A apresentação foi feita em uma audiência pública interativa na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT).

A audiência foi convocada pelo senador Jorge Vianna (PT-AC) para debater formas de incluir a área no excedente de gastos previstos na Emenda Constitucional 95, a proposta que ficou conhecida como PEC do Fim do Mundo, aprovada no ano passado. A preocupação de muitos dos presentes na audiência se devia ao fato de que a partir de 2018 não só os investimentos federais só poderão aumentar de acordo com a inflação mas também serão usados os gastos de 2017 como parâmetro. A preocupação é também com a constante descida dos investimentos, que em 2010 era de R$9 bi, e neste ano é de R$ 2,5 bi. O presidente da Academia brasileira de Ciências, Luiz Davidovich, declarou que “o orçamento atual é quase um quarto do de 2010. Essa é a razão pela qual laboratórios estão fechando em vários estados”. Davidovich também falou contra, e chegou a chamar de “pedalada” o desvio de recursos feito pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação para redução do deficit do orçamento federal.

Fernando Peregrino, presidente do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies) deu como exemplo de consequência dos cortes casos como o dos 300 professores da Universidade Estadual do Norte Fluminense que estão sem pagamento há quatro meses.

Com informações da Agência Senado