A Reitoria da UFRN, apesar de protestos dos estudantes, fechou o Restaurante Universitário do Campus Central para reforma, causando a demissão de 70 trabalhadores terceirizados e deixando milhares de estudantes com sua permanência na universidade ameaçada, já que não o tempo mínimo de fechamento do R.U será de três meses.

Foi decidida uma bolsa no valor de R$ 530,00 para residentes, R$ 360,00 para aqueles contemplados pelo auxílio moradia e R$ 90,00 para quem é contemplado pelo auxílio alimentação, valores que não condizem com as necessidades dos estudantes. A primeira data para depósito destes valores foi o dia 28/06, depois adiada para o dia 03/06 e então para o quinto dia útil, hoje, sendo que até agora uma parcela destas foi depositada.

A Reitoria e os Conselhos não são nada além de braços do governo dentro da Universidade, que em defesa de seus próprios privilégios, são responsáveis por deixar intocado o caráter de classe da universidade, onde os estudantes e trabalhadores mal tem direito de decisão.

No mês de Maio, a disposição de mobilização dos estudantes da UFRN ficou escancarada, com uma numerosa primeira assembleia, apenas dois dias após o anúncio dos cortes na Educação de Bolsonaro e Weintraub e se alastraram em assembleias de curso e setoriais que paralisaram a universidade no dia 15 e parcialmente no dia 30. Para nossa própria má sorte, e pela atuação da burocracia estudantil através da UNE, cuja majoritária tem composição equivalente no DCE da UFRN, essa luta não se unificou com a classe trabalhadora e cedeu à chantagem de Bolsonaro em separar a luta pela Educação com a luta contra a Reforma da Previdência.

Hoje avança a passos largos a Reforma da Previdência, com apoio dos governadores do Nordeste, inclusive os do PT e PCdoB, sem nenhum plano de luta proposto pelas centrais sindicais e a UNE. A aceitação desse ataque estratégico do governo Bolsonaro à juventude e aos trabalhadores permite que as reitorias e governos estaduais desencadeiam suas próprias medidas de ajuste, em que os principais afetados, como podemos ver, são os jovens e trabalhadores mais precarizados.

Ao mesmo tempo, permite com que avancem com medidas repressivas, como ocorreu em SP e no RS no dia 14J, e agora assistimos a medida de reintegração de posse da reitoria por parte da Polícia Federal. Rechaçamos o papel reacionário que a Reitoria vem cumprindo de reprimir e deixar os estudantes sem condições de se sustentar na universidade e até mesmo de se alimentar.