Durante a madrugada, policiais civis e militares, com o apoio da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), deflagraram uma operação no Complexo de Lins como uma caça por "suspeitos" - obviamente, para a polícia, jovens negros - em uma verdadeira "sede de vingança". Matando jovens inocentes, entrando em casas sem permissões e provocando pânico nas favelas do Rio de Janeiro, a polícia e as Forças Armadas transformam o Rio de Janeiro em palco de guerra.

Em menos de uma semana, uma operação da Polícia Civil e das Forças Armadas na favela da Maré foi responsável pelo assassinato de Marcos Vinícius da Silva, um jovem de 14 anos, estudante negro que estava a caminho da escola quando foi atingido por um tiro das forças repressivas.

Marcus Amim, delegado da Polícia Civil, que também é comentarista do programa SBT Rio, após a morte de policial, ameaça: "Nós vamos caçar vocês onde quer que estejam. Não adianta colocar no Facebook que criança foi baleada... Mentira. Não adianta, você não vão conseguir tirar a gente aí de dentro. Nós vamos a qualquer horário, não tem horário pra gente". E promete: "Nada vai impedir o nosso encontro. E se vocês resistirem a nossa ação, nós vamos manchar o ambiente com o sangue sujo de vocês. Não ousem nos enfrentar, porque nós vamos as ultimas consequências".

Isso é uma das expressões da decomposição social que se encontra hoje o Rio de Janeiro, jogando sobre as costas do povo pobre, especialmente a juventude negra nas favelas, o peso da crise que se estende e se aprofunda. A polícia, o narcotráfico e as milícias são os principais expressões dessa decomposição social, e são de responsabilidade inteiramente do Estado. A intervenção federal que assassina o povo negro - como Mariele, que mesmo depois de mais de 100 dias seu assassinato segue sem explicações - só aumenta os índices de violência e aumenta a barbárie que acontece hoje no Rio de Janeiro. A resposta a essa decomposição social só pode ser anticapitalista. Enfrentar estruturalmente essa crise só é possível com a legalização das drogas, que significa acertar no coração da polícia, do narcotráfico e das milícias, fazendo com que sejam os capitalistas que paguem por esta crise que eles próprios criaram.