Nesta quarta-feira acontece o terceiro protesto massivo na Argentina contra o governo de extrema direita de Milei, há 44 dias de seu governo. A paralisação nacional chamada pela CGT (Confederação Geral do Trabalho) e pela CTA (Central de Trabalhadores da Argentina) e à qual aderem o sindicalismo combativo, a assembleias populares, organizações sociais e a esquerda, vem mostrando força.

Desde terça-feira, as companhias aéreas, inclusive no Brasil, já anunciavam os impactos no cancelamento de voos para o país. Os transportes de logística de cargas aderiram à paralisação desde as primeiras horas do dia, mas o sindicato dos transportes públicos (Metrô, trens e ônibus) aderiu à paralisação apenas a partir 19 horas do dia de hoje, em comum acordo com a CGT, o que debilita a participação de um grande contingente de trabalhadores, como os próprios trabalhadores do transporte e os setores informais ou sem direitos sindicais por causa da coação que exercem as empresas e as patronais.

O sindicato dos trabalhadores do turismo, hotelaria e gastronomia da Argentina também aderiu e os bancários paralisaram a partir do meio-dia. Nas fábricas do país há grande adesão por parte dos operários, que estão parados desde o meio-dia também. Segundo matéria veiculada pelo UOL, cerca da metade das fábricas do país, incluindo Toyota, Stellantis e Ford, ficarão paradas no dia de hoje.

Estão paralisados docentes da rede pública de ensino e também das universidades, trabalhadores da imprensa, da saúde, limpeza urbana, caminhoneiros, judiciais e muitos outros. Sindicatos como ATE (Associação de trabalhadores do Estado) anunciam que 95% de seus filiados estão aderindo à paralisação.

A classe trabalhadora na Argentina mostra qual o caminho para enfrentar a extrema direita de Milei, Bullrich e Caputo, que precisa passar pelo rechaço à conciliação com a burguesia e seus representantes, ao contrário do que faz o PT aqui no Brasil com o aval de distintos setores da esquerda. A contundente resposta dos trabalhadores na Argentina, junto a organizações sociais, políticas e sindicais, de direitos humanos e culturais mostra qual caminho devemos seguir: a luta nas ruas com a classe trabalhadora, buscando expressar uma força independente dos governos e dos patrões.